A comodidade que contamina

O mundo joga fora, anualmente, 50 milhões de toneladas de lixo originado de equipamentos eletrônicos. No Brasil, só de baterias para celular, pelo menos 11 toneladas são jogadas no lixo comum. Isso sem falar nas pilhas. O destino do que chamamos lixo eletrônico, além de não ser adequado, está prejudicando países em desenvolvimento.

O que você faz quando seu celular estraga? Em muitos casos, mandar para o conserto pode sair mais caro que comprar um novo. E o que acontece com o aparelho estragado, ou com aquele que “ficou antigo”? A maioria das pessoas simplesmente joga fora. Agora pense num país inteiro agindo dessa forma e imagine o tamanho da montanha de lixo. O rápido avanço tecnológico, apesar de tornar nossas vidas cada vez mais cômodas, está causando um aumento meteórico do volume de lixo eletrônico no planeta. Sabe o que é pior? Aparelhos eletrônicos normalmente contêm metais pesados e outras substâncias tóxicas, que podem contaminar o solo, as águas e o ar.

E enquanto as grandes potências mundiais produzem computadores, eletrodomésticos e celulares de última geração, o lixo resultante de toda essa tecnologia vai poluir o meio ambiente de quem pode menos. Isso porque os países ricos “exportam” seu lixo eletrônico para os países em desenvolvimento, que se utilizam dele para movimentar a economia por meio da extração de elementos como circuitos eletrônicos e alumínio. Mas essa prática, na maioria dos países, ocorre sem regulamentação e fiscalização adequadas, causando sérios danos ao meio ambiente e à saúde da população.

Em 2002, de acordo com a Rede de Ação da Basiléia e o Greenpeace, o problema era mais sério na China e na Índia. Mas estudos feitos em 2006 acusaram que a rota do comércio do e-lixo agora tem como principal destino a África. A Nigéria, por exemplo, recebe 100 mil computadores por mês, mas 75% deles são sucata. Segundo o relatório, a maior parte do lixo eletrônico não é utilizada e fica exposta em campos abertos, poluindo especialmente a água e o solo, contaminados com chumbo e subprodutos de ácidos.

A história toda começou na última década, quando, para se livrar de pilhas, baterias de celulares usadas e toda a parafernália tecnológica vinda com os computadores na carona da globalização, ninguém sabia o que fazer. Enquanto isso, quem sofreu foi o meio ambiente. Nos aterros sanitários que recebem o lixo comum, começou a surgir, aos poucos, uma nova categoria de lixo: o lixo eletrônico, que, com seus metais pesados, é considerado um risco à saúde da população e ao meio ambiente.

As autoridades, governos e, principalmente, os fabricantes desses produtos ainda não despertaram para o resultado dessa falta de destinação correta para o acúmulo do despejo advindo da vida moderna. Contaminação do solo, da água e, conseqüentemente, dos alimentos estão entre os sérios resultados do descaso. Mercúrio, níquel, cádmio, arsênico e chumbo são alguns dos metais pesados que podem causar danos ao sistema nervoso, edemas pulmonares, osteoporose e câncer, além de serem nocivos ao meio ambiente.

A União Européia saiu na frente no que se refere a responsabilizar as próprias empresas fabricantes de tecnologia pela eliminação adequada dos dejetos eletrônicos. São medidas que ainda estão por virar lei, mas que já causam polêmica, pois, provavelmente, os produtos sofrerão aumento de preços ao consumidor final para a cobertura dos gastos das empresas com a coleta e com os procedimentos de reciclagem. Na Europa, a preocupação com o assunto é anterior. Em 2000, os fabricantes de carros já começaram a pagar pelo recolhimento de resíduos de carros velhos.

No Brasil, o puxão de orelhas veio do Conama – Conselho Nacional do Meio Ambiente -, que, por meio da Resolução 257, tornou lei a destinação correta de pilhas e baterias, obrigando os fabricantes, importadores, redes autorizadas de assistência técnica e comerciantes a implantarem mecanismos de coleta e de responsabilidade sobre o material tóxico que produzem. Quem não cumprir as regras poderá arcar com multa de até 2 milhões de reais.

As ONGs ambientalistas também se mobilizaram. A SPVS – Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental -, por exemplo, firmou parceria com a TIM em uma campanha para o recolhimento de baterias de celulares. De setembro de 1999 a dezembro de 2001, foram recolhidas quase 50 mil baterias no sul do Brasil, o que significa que mais de 20 toneladas de baterias deixaram de contaminar o meio ambiente. A Global Telecom é outro exemplo. Desenvolveu um projeto de responsabilidade ambiental em parceria com o setor de Ciências Agrárias da UFPR – Universidade Federal do Paraná -, por meio de um programa de recolhimento de baterias junto à comunidade, devolvendo-as aos seus respectivos fabricantes para a destinação adequada.

A primeira providência quanto a bateria de celular, por exemplo, é entrar em contato com o fabricante para saber qual o melhor procedimento para devolvê-la – caso ele esteja disposto a recebê-la de volta. O ideal é que ela seja enviada em uma embalagem adequada. Os fabricantes poderão reciclar e reaproveitar plástico ou metais pesados, exportá-la ou, ainda, mandá-la para aterros especiais.

A história toda começou na última década, quando, para se livrar de pilhas, baterias de celulares usadas e toda a parafernália tecnológica vinda com os computadores na carona da globalização, ninguém sabia o que fazer. Enquanto isso, quem sofreu foi o meio ambiente. Nos aterros sanitários que recebem o lixo comum, começou a surgir, aos poucos, uma nova categoria de lixo: o lixo eletrônico, que, com seus metais pesados, é considerado um risco à saúde da população e ao meio ambiente.

As autoridades, governos e, principalmente, os fabricantes desses produtos ainda não despertaram para o resultado dessa falta de destinação correta para o acúmulo do despejo advindo da vida moderna. Contaminação do solo, da água e, conseqüentemente, dos alimentos estão entre os sérios resultados do descaso. Mercúrio, níquel, cádmio, arsênico e chumbo são alguns dos metais pesados que podem causar danos ao sistema nervoso, edemas pulmonares, osteoporose e câncer, além de serem nocivos ao meio ambiente.

A União Européia saiu na frente no que se refere a responsabilizar as próprias empresas fabricantes de tecnologia pela eliminação adequada dos dejetos eletrônicos. São medidas que ainda estão por virar lei, mas que já causam polêmica, pois, provavelmente, os produtos sofrerão aumento de preços ao consumidor final para a cobertura dos gastos das empresas com a coleta e com os procedimentos de reciclagem. Na Europa, a preocupação com o assunto é anterior. Em 2000, os fabricantes de carros já começaram a pagar pelo recolhimento de resíduos de carros velhos.

No Brasil, o puxão de orelhas veio do Conama – Conselho Nacional do Meio Ambiente -, que, por meio da Resolução 257, tornou lei a destinação correta de pilhas e baterias, obrigando os fabricantes, importadores, redes autorizadas de assistência técnica e comerciantes a implantarem mecanismos de coleta e de responsabilidade sobre o material tóxico que produzem. Quem não cumprir as regras poderá arcar com multa de até 2 milhões de reais.

As ONGs ambientalistas também se mobilizaram. A SPVS – Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental -, por exemplo, firmou parceria com a TIM em uma campanha para o recolhimento de baterias de celulares. De setembro de 1999 a dezembro de 2001, foram recolhidas quase 50 mil baterias no sul do Brasil, o que significa que mais de 20 toneladas de baterias deixaram de contaminar o meio ambiente. A Global Telecom é outro exemplo. Desenvolveu um projeto de responsabilidade ambiental em parceria com o setor de Ciências Agrárias da UFPR – Universidade Federal do Paraná -, por meio de um programa de recolhimento de baterias junto à comunidade, devolvendo-as aos seus respectivos fabricantes para a destinação adequada.

A primeira providência quanto a bateria de celular, por exemplo, é entrar em contato com o fabricante para saber qual o melhor procedimento para devolvê-la – caso ele esteja disposto a recebê-la de volta. O ideal é que ela seja enviada em uma embalagem adequada. Os fabricantes poderão reciclar e reaproveitar plástico ou metais pesados, exportá-la ou, ainda, mandá-la para aterros especiais.

Lei

Ainda não foi decretada uma lei internacional quanto ao destino do lixo eletrônico produzido no mundo. Por enquanto, o que vale é a Convenção da Basiléia, de 1989, única regulamentação internacional que proíbe o movimento de resíduos perigosos entre fronteiras de 120 países, incluindo o Brasil. O acordo foi estabelecido pelos representantes governamentais desses países, por ONGs e por indústrias.

Lixo rentável

Enquanto uns não querem nem saber do destino do e-lixo, outros já descobriram oportunidades de lucro vindas dessa nova sucata. Os países em desenvolvimento foram os primeiros a perceber como tirar proveito do que está sendo jogado fora. Metais preciosos, como a prata e o ouro, além de valiosos, podem ser 98% reutilizados. Uma das maiores empresas de reciclagem da Itália, a Geodis Logistics, garante que 94% dos componentes de um microcomputador são reaproveitáveis.

Ano da Publicação: 2010
Fonte: http://www.educacional.com.br/noticiacomentada/020503_not01.asp
Autor: Rodrigo Imbelloni
Email do Autor: rodrigo@web-resol.org

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