O Brasil joga 5,8 bilhões de reais por ano no lixo. A constatação feita pelo economista Sabetai Calderon é estarrecedora já que corresponde a 17 vezes o orçamento destinado ao Ministério do Meio Ambiente. Para o engenheiro químico e administrador, Gerhard Erich Boehme, consultor da Boehme Brasil Consulting, este é o resultado de uma incipiente política de educação ambiental, que faz com que grande parte da população trate com descaso a cultura dos 3R: reduzir, reutilizar e reciclar.
Atualmente, as organizações mais competitivas estão focadas nos resultados, acreditam que somente resultados positivos e crescentes permitem a continuidade e a expansão dos negócios. A prática tem-se mostrado como a única saída às organizações e isso ocorre pelo fato de que, se assim não procederem, fatalmente irão quebrar e deixar de contribuir para com o seu principal papel de responsabilidade social: que é o de gerar empregos, além de atender ao mercado com seus bens e serviços. É a única saída viável, principalmente em um país em que as organizações e toda a sociedade são alvo do excesso de tributação, que há tempos ultrapassou a esfera do racional e suportável.
Neste cenário, de busca incessante de lucros, a liderança em produtividade e a eficiência operacional – resultantes do foco na gestão, controle de risco e disciplina financeira – devem ser, portanto, objetivos fundamentais. Na busca de excelência, são aplicadas ferramentas que visam alavancar estes resultados. Infelizmente, fruto talvez de miopia administrativa, muitas organizações abandonam ou mesmo não implementam ferramentas que criam a base necessária para o sucesso, muitas destas ferramentas são simples, fáceis de serem implantadas e implementadas e o mais importante, rapidamente produzem os resultados positivos. Entre elas citamos o Programa 8S, a cultura dos 3R, a Fabricação Mais Limpa e a Integração de aspectos ambientais no projeto e desenvolvimento do produto.
Um Programa 8S deveria ter abrangência nacional, principalmente ser aplicado nas diversas entidades públicas, onde as práticas de gestão são praticamente desconhecidas e pouco empregadas.
Infelizmente adotar práticas de gestão não é o forte da administração pública, basta ver a realidade dos diversos municípios brasileiros, apenas cerca de 5% deles possuem a sua Agenda 21 e apenas pouco mais de 1% efetivamente implementada. Os nossos representantes, no legislativo, executivo e mesmo no judiciário, dificilmente estarão sensibilizados com os problemas da sociedade brasileira. Estão mais voltados a defender seus interesses pessoais, quando não adotam práticas usuais como clientelismo e o nepotismo, tão presente na administração pública brasileira.
No caso da adoção da cultura dos 3R, as medidas recicláveis geram não apenas vantagens para a economia, mas grandes ganhos na qualidade ambiental, que têm reflexos em toda a sociedade.
Eis alguns exemplos:
Cada tonelada de papel reciclado representa 3 m³ de espaço disponível nos aterros sanitários. A energia economizada com a reciclagem de uma única garrafa de vidro é suficiente para manter acesa uma lâmpada de 100 W durante quatro horas.
Com a reciclagem de uma lata de alumínio economiza-se o suficiente para manter ligado um aparelho de televisão durante 3 horas.
1 tonelada de papel reciclado significa economia de três eucaliptos e 32 pinus, árvores usadas na produção de celulose.
Na fabricação de 1 tonelada de papel reciclado são necessários apenas 2 mil litros de água, ao passo que no processo tradicional esse volume pode chegar a 100 mil litros por tonelada. O Brasil só recicla cerca de 30% de seu consumo de papel. O vidro é 100% reciclável e o Brasil só recicla cerca de 14,2% do vidro que produz e consome.
Fica a pergunta: Qual a justificativa para não se investir nestas e outras práticas básicas de gestão?
Se fizermos uma pesquisa com a população, perguntando o qu
Ano da Publicação: | 2004 |
Fonte: | ABRELPE |
Autor: | Rodrigo Imbelloni |
Email do Autor: | rodrigo@web-resol.org |