Data da Publicação: |
A LIMPEZA URBANA NA CIDADE DO
RIO DE JANEIRO
Da fundação da cidade até a década de 70
José Henrique Penido Monteiro
1- Caracterização da Cidade do Rio de Janeiro
1.1 - Um Pouco de História
A baía de Guanabara foi pela primeira vez visitada no dia 1o. de janeiro de 1502, pela expedição dos portugueses Gaspar de Lemos e Américo Vespúcio; achando que este corpo d'água era um estuário de um rio, deram-lhe o nome de Rio de Janeiro. Em 1503 , Gonçalo Coelho fundou na foz do Rio Carioca (termo que hoje designa quem nasce na cidade) um pequeno centro de comércio para o pau brasil; em 1531, Martim Afonso de Souza ficou três meses no Rio de Janeiro, que já então fazia parte da Capitania Hereditária de São Vicente.
Desde então a região passou a ser freqüentada pelos traficantes franceses de pau brasil, que mantinham boas relações com os indígenas, o que ameaçava o domínio português. Em 1555, o francês Nicolas Durand de Villegagnon fundou uma colônia destinada a refúgio de calvinistas, então perseguidos na Europa, numa ilha na época chamada de Serejipe e hoje, Villegagnon.
Os franceses dominaram o Rio de Janeiro durante quatro anos. Foi Mem de Sá, ajudado por seu sobrinho Estácio de Sá, quem em 1560 iniciou a luta pela expulsão dos franceses da região. Em 1564 Estácio de Sá desembarcou no istmo entre o morro Cara de Cão e o Pão de Açúcar, tendo conseguido dominar os franceses e seus aliados indígenas em 1o. de março de 1565, data da fundação da futura cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.
Desde então a cidade foi um dos centros de divisão do Brasil em dois governos, tendo sido sede do governo do Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Colônia do Sacramento.
Em 1710 ocorreram novas tentativas fracassadas de invasão francesa por Duclerc e em 1711, por Duguay-Trouin.
Desde a segunda metade do século XVI, o Rio de Janeiro assumiu as funções de porto açucareiro. A primitiva aglomeração urbana instalada no morro do Castelo (demolido em 1922) desenvolveu-se rapidamente a partir do século XVIII, graças principalmente à exploração do ouro e dos diamantes de Minas Gerais, com o conseqüente aumento da atividade do porto e do comércio cariocas.
Em 1763, o governo geral da colônia foi transferido de Salvador para o Rio de Janeiro. Nessa época foram realizados aterros de lagoas no centro da cidade, a construção do aqueduto dos Arcos, a instalação dos cais do largo do Paço, hoje denominado Praça Quinze de Novembro.
No século XIX, o ciclo do café e a chegada de Dom João VI de Portugal, expulso de seu país pelos ingleses, possibilitaram novas obras urbanísticas. Em 1882, ano da independência do Brasil, a capital imperial tinha cerca de 100.000 habitantes e em 1887 esse número já tinha subido para perto de 250.000. Na segunda metade do século XIX foram construídas as primeiras estradas de ferro suburbanas e para o interior, foi estabelecida a travessia regular da baía de Guanabara por barcas até Niterói, foram criadas as primeiras linhas de bonde, muito utilizadas para o transporte dos dejetos urbanos, a iluminação a gás e o serviço de tílburis (os antigos taxis urbanos).
Transformado em município neutro em 1834, o Rio de Janeiro, com a proclamação da República, passou a Distrito Federal em 1891. Em 1892 foi aberto um túnel que permitiu o acesso dos bondes, já em início de eletrificação, aos bairros de Copacabana, Ipanema e Leblon.
No governo de Rodrigues Alves, de 1902 a 1906, realizaram-se grandes trabalhos de saneamento e urbanização. Em 1920 a população chegava a 1.157.800 habitantes.
Com o tempo, a cidade foi sofrendo profundas modificações, necessárias à absorção de uma população que crescia vertiginosamente: morros foram demolidos, rios canalizados, novos túneis abertos, áreas inundadas aterradas, etc.
Com a transferência da cap