A sua cozinha e o clima do Planeta

Tudo que chega à mão do consumidor, de um sofá a uma laranja, necessita de embalagem, sejam elas aqueles plásticos-bolha que todos adoram ficar estourando ou as ultrapassadas caixas de madeira, que tanto danificam as frutas.



Em 2002, o Brasil consolidou-se como o 11o maior consumidor mundial de embalagens, superando países como México, Canadá, Espanha e Austrália. Na ocasião, só a produção nacional utilizou seis milhões de toneladas de matérias-primas, como plásticos, ferro, alumínio, papel e vidro – gerando um faturamento de mais de R$ 20 bilhões.



Para 2005, o setor estima fechar o ano na casa dos R$ 33 bilhões. Porém, apesar desse significativo aumento, o consumo de matéria-prima terá uma pequena oscilação, subindo das seis para algo em torno de 6.9 milhões de toneladas.



Isso se explica por uma verdadeira ‘‘ginástica‘‘ que as empresas vem fazendo nos últimos anos. O objetivo é sempre reduzir custos, por isso, busca-se diminuir ao máximo o peso das embalagens, utilizando a menor quantidade possível de matéria-prima.



Essa realidade é extremamente benéfica não apenas para o empresário, mas, principalmente, para a comunidade. Menos insumos significam menos poluição, mais qualidade de vida.



Limites

Apesar disso, há um limite para essa redução. Até que se desenvolvam novas tecnologias, torna-se quase impossível diminuir a já finíssima embalagem plástica de café solúvel, a espessura do vidro de conservas ou a quantidade de papel empregado numa mera caixa de sapatos.



A saída para esse impasse não está, apenas, na indústria, e sim dentro da casa de cada um de nós. É o que acaba de mostrar uma pesquisa feita pelo Centro de Tecnologia de Embalagens (CETEA), por meio da pesquisadora Eloísa Garcia. Essa alternativa é a reciclagem.



Esta instituição estudou detalhadamente o ciclo de vida das garrafas PET (polietileno tereftalato) e traduziu em números o que muitos já sabiam: a reciclagem tem papel fundamental na luta contra o desequilíbrio climático, contra o aquecimento do Planeta.



A produção de papel, vidro, plásticos e metais gera a emissão de milhões e milhões de toneladas de dióxido de carbono e metano, dois dos principais gases que desequilibram o Efeito Estufa – a camada de gases que mantém a temperatura terrestre dentro de parâmetros habitáveis.



Segundo Eloísa, apenas a reciclagem de PET é capaz de baixar as emissões de dióxido de carbono em 25% e de metano em 18%.



Em um outro levantamento, que comparou a produção de uma tonelada de latas de alumínio (a partir de latas recicladas e de alumínio primário) detectou-se, com a reciclagem, uma redução em aproximadamente 65% nas emissões de metano e em torno de 80% de dióxido de carbono.



Nada mal, principalmente quando falamos de uma atitude que pode começar em casa, apenas com o simples cuidado de separar as dezenas de embalagens que descartamos todos os dias. A cozinha de cada um de nós é, cada vez mais, um excelente laboratório de controle ambiental

Ano da Publicação: 2005
Fonte: www.reciclaveis.com.br
Autor: Rodrigo Imbelloni
Email do Autor: rodrigo@web-resol.org

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