Alguns materiais deixam o consumidor em dúvida

Piracicaba produz diariamente cerca de 250 toneladas de lixo. Parte dessa quantidade – equivalente a um dia – foi o total de material reciclável coletado pelo programa Reciclador Solidário durante todo o mês de maio. Isso deixa a população piracicabana muito distante da possibilidade de resolver, mesmo que localmente, um problema tido como um dos grandes vilões da atualidade. Uma das soluções para o lixo é o cumprimento da regra dos 3Rs – Reduzir, Reutilizar, Reciclar -, mas quando o consumo é inevitável, a separação do material reciclável é uma das formas de ajudar a diminuir o que vai para os aterros sanitários, destino inadequado que prejudica o próprio ser humano.



Consciência é o primeiro passo. Até 30% da montanha de lixo produzido diariamente nas cidades brasileiras é composta por materiais recicláveis, como plástico, vidro, papel, latas, entre outros que poderiam ser reaproveitados na confecção de novas matérias primas para a fabricação de outros produtos. Porém, quando existe o desejo de separar o lixo, muitas vezes surge a dúvida sobre o que vai ou não para a reciclagem.



“Na dúvida sobre o que fazer, mande para a coleta seletiva”, é o que indica a educadora ambiental Ana Maria de Meira, do programa USP Recicla da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz). Ela dá algumas dicas sobre o que pode ou não ser separado em casa para a reciclagem. “Ninguém recicla em casa. Participamos de uma parte do processo, que é a separação do material na fonte geradora, mas é fundamental”, afirma.



Reciclagem



Qualquer embalagem de vidro pode ser enviada para a reciclagem, desde que limpa e protegida para evitar acidentes. Papéis de todo tipo, inclusive folhas de sulfite usada dos dois lados, podem ser reciclados, bem como latas de folha de flandres (de óleo, salsicha, leite em pó), de alumínio, aço (talheres, armações de óculos), embalagem de marmitex, chapas de metal e papel alumínio limpo. Tudo isso deve estar limpo, sem resíduos orgânicos, como restos de comida.



“Aproveite a água da lavagem de louça para repassar as embalagens sujas, tire o grosso da sujeira sem exagerar, nem use detergente, para evitar gastos de água, energia e sabão”, ensina a educadora.



Materiais feitos em PVC rígido, como os canos, além de copos, pratos, potes e embalagens plásticas (detergente, xampu) e tampas plásticas, até mesmo a do tubo da pasta dental, devem ser separados, bem como sacos de leite, de arroz e garrafas pet. CDs e DVDs são considerados plástico misto e podem ser enviados para reciclagem. O mesmo caso de sacolinhas plásticas e o plástico filme, desde que limpos, embora o mercado para esse tipo de material seja bem fraco.



O próprio tubo de pasta de dente, assim como outras embalagens de produtos de higiene e beleza, devem ser utilizados ao máximo, até o final. No caso das canetas esferográficas, é preciso separar a parte de fora, a “capinha”, feita de plástico e enviar para reciclagem. A carga deve ser jogada no lixo comum.



Pedaços de materiais ou produtos de pequena dimensão, como plástico, papel ou metal – grampos, pregos, clipes -, por serem pequenos devem ser juntados em potes para depois ir para reciclagem, de preferência separados por tipo de material.



Quanto às pilhas, é preciso pressionar o revendedor para que as aceite de volta e dê a elas um destino adequado. As lâmpadas fluorescentes seguem o mesmo padrão. O ideal seria que os fabricantes de lâmpadas ficassem responsáveis pela sua destinação adequada (descontaminação e reciclagem), já que o descarte desses materiais pode ocasionar contaminação ambiental, assim como com as pilhas. Mas atenção: apenas as lâmpadas fluorescentes são recicláveis e não as mais comuns (incandescentes), que não são.



Fitas cassete e disquetes têm sua parte exterior feita de plástico, que é reciclável. Mas a fita magnética, interna, não é.



Estes não passam pela reciclagem



Embalagens metalizadas, como as de salgadinho e biscoitos, etiquetas adesivas, fitas crepe e adesiva, são alguns dos materiais que não passam pelo processo de reciclagem. Entre os papéis não recicláveis, estão os sujos, como papel higiênico, papéis plastificados (geralmente de embalagens), papel de fax, guardanapos e lenços com restos orgânicos, fraldas descartáveis, celofane e fotografias.



Outras materiais como lã ou esponjas de aço, canos velhos, espelhos e vidros planos (como os de automóvel ou box), porcelana (pratos, travessas, xícaras), tubos de imagem de TV, lâmpadas comuns (incandescentes), materiais de cerâmica, cabos de panela, espuma e esponja de cozinha.



Dica: “O melhor é evitar comprar produtos embalados em isopor ou outras embalagens não recicláveis”, indica Ana Maria.



A madeira é um material orgânico, mas que não pode ser reciclado. Por outro lado, pode ser reaproveitada em oficinas como marcenarias. No caso das embalagens longa-vida (de leite, sucos, tomate), o consumidor pode acessar um site para descobrir se são recicladas na região: www.rotadareciclagem.com.br.Em piracicaba, esse tipo de embalagem é reciclada pela indústria Klabin.



Materiais Pesados



Computadores, celulares, eletroeletrônicos e eletrodomésticos são um perigo à parte, já que a maioria deles possui metais pesados, como chumbo, cádmio e mercúrio, em sua composição. Entre as entidades que recebem equipamentos e/ou orientam aqueles que querem fazer doações, estão a Associação Brasileira de Excedentes (www.abre-excedente.org.br), as Casas André Luiz (www.andreluiz.org.br), o Comitê pela Democratização da Informática (www.cdi.org.br), e o Museu do Computador (www.museudocomputador.com.br). Uma saída para diminuir a quantidade gerada desses perigosos resíduos é utilizar os produtos até o final da sua vida útil e só trocá-los quando for realmente necessário.





Fonte: Daniele Ricci (Gazeta de Piracicaba)

Ano da Publicação: 2008
Fonte: http://www.reciclaveis.com.br/noticias/00807/0080701materiais.htm
Autor: Rodrigo Imbelloni
Email do Autor: rodrigo@web-resol.org

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