Amianto: proibição, uso controlado ou imobilização?

O amianto ou asbesto é uma fibra mineral natural que pertence ao grupo dos silicatos cristalinos hidratados. Asbestos têm origem grega e significa “incombustível”. A palavra amianto é de origem latina (amianthus) e quer dizer “incorruptível”. As duas palavras são sinônimas, porém o termo amianto é mais empregado nos países de línguas neolatinas, entre eles o Brasil.

Os cientistas acreditam que o amianto foi formado na Pré-História, numa fase secundária da formação da crosta terrestre. Nesse período, rochas de silício (como a peridotita, composta por magnésio, sílica e ferro) foram alteradas fisicamente e pela pressão, pelo calor e pela água que lentamente infiltrava na superfície. Associada ao magnésio e à sílica, a água transformou a rocha hospedeira no que se chama de serpentina mineral. Este cristalizou-se nas fendas da rocha-mãe, formando veios de fibras paralelas, com 1 a 40 mm de comprimento.

As variedades de amianto desses dois grupos apresentam composições químicas, características físicas e propriedades semelhantes, embora também distintas tanto nas aplicações como nos riscos à saúde.

As serpentinas têm como principal variedade a crisotila (que, em grego, significa “fibra de ouro”). Também conhecida como amianto branco, essa variedade corresponde à cerca de 98,5% de todo amianto consumido no mundo. Suas fibras são curvas e sedosas. Os anfibólios são fibras duras, retas e pontiagudas. Agrupa-se em cinco variedades principais: amosita (amianto marrom), crocidolita (amianto azul), antofilita, tremolita e actinolita. Do ponto de vista econômico, os dois primeiros são os mais importantes. Muito utilizados até os anos 70, atualmente estão em desuso, por causa de seus efeitos sobre a saúde. Hoje, o amianto marrom e o amianto azul representam menos de 2% do consumo mundial, têm sua produção localizada na África do Sul e seu uso está praticamente em extinção.

Além de ser um material relativamente barato e de fácil extração, a estrutura fibrosa do amianto confere a ele propriedades físicas e químicas especiais, que o torna virtualmente indestrutível. Caracteriza-se por possuir propriedades que se destacam quando comparadas com outros materiais: alta resistência mecânica (comparada ao aço); elevada superfície específica, a qual indica o grau da abertura do material; incombustibilidade; baixa condutividade térmica; resistência a produtos químicos, particularmente estável em diferentes valores de pH; capacidade de filtrar microorganismos e outras substâncias nocivas; boa capacidade de filtragem; boa capacidade de isolação elétrica e acústica; elevada resistência dielétrica; durabilidade, resistindo ao desgaste e ABrasão; flexibilidade; afinidade com cimentos, resinas e isolantes plásticos; parede externa de caráter básico e compatível com a água e facilidade para ser tecido ou fiado.

Por conta destas propriedades as fibras de amianto crisotila são empregadas no Brasil e no mundo, em milhares de produtos industriais, sendo, cerca de 85% do seu uso na indústria de cimento-amianto ou fibrocimento (folhas e caixas d´água), 10% em materiais de fricção (autopeças) e 5% em outras atividades, sendo têxteis 3%, químicas/plásticas 2%.

O amianto foi, também, amplamente utilizado nas décadas de 40 e 50, na América do Norte, na Europa, na Austrália e no Japão, como isolante térmico e elemento de proteção contra o fogo. Essa aplicação era feita por jateamento (spray) de fibras e pó de amianto principalmente em construções metálicas, em caldeiras, geradores, vagões e cabinas de navios e trens, visando proteger passageiros e instalações dos efeitos de um eventual incêndio. Nessa aplicação, os trabalhadores eram expostos a quantidades excessiva de fibras em suspensão no ar. Por esse motivo, no início dos anos 70 o jateamento foi sendo progressivamente proibido em muitos países e praticamente já não existe no mundo inteiro.

O uso comercial desenfreado do produto no último século, levou a sua<

Ano da Publicação: 2003
Fonte: Ambiente Brasil
Autor: Rodrigo Imbelloni
Email do Autor: tarbell@uol.com.br

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