A quantidade crescente de resíduos produzida pela sociedade é uma das fontes
indiscutíveis de deterioração ambiental, tendo como consequência sérios problemas
ambientais para as cidades, na medida em que persiste a inadequação tecnológica dos
processos industriais e, igualmente, no comportamento de consumo e de descarte destes
materiais. A abordagem adotada neste trabalho entende que os problemas ambientais estão
intimamente relacionados com as questões sócio-econômicas e culturais que afetam as
condições de vida nas cidades. Apresenta-se os resultados de estudos realizados sobre como
os grupos populacionais vivenciam a prática social de separação diária de resíduos e os custos
econômicos comparativos da coleta seletiva e convencional. A metodologia adotada consistiu
em analisar o bairro Balneário, em Florianópolis que foi o pioneiro de classe média na adoção
da separação domiciliar no sistema porta-à-porta. Os resultados permitem avaliar que a partir
da análise economica tradicional, os custos de um programa de coleta seletiva são elevados
quando comparados com os custos da coleta convencional e que a participação da população
é de fundamental importância para a produtividade do sistema. Percebe-se ainda que a prática
da separação dos resíduos resulta nos participantes uma redefinição de valores,
comportamentos e princípios. As conclusões do estudo mostram que estes programas, que
parecem a princípio lograr êxito apenas em cidades de primeiro mundo, devido as suas
características sócio-economicas e culturais, vêm desmitificar a impossibilidade para cidades
da América do Sul e Central.
Check Also
Prazo para fim de lixões acaba, mas 1.593 cidades ainda usam modelo
Terminou na 6ª feira (2.ago.2024) o prazo estipulado pelo Novo Marco do Saneamento Básico (lei …