Moradores do Parque Santa Bárbara comemoraram neste domingo dez anos de encerramento das atividades do aterro sanitário do bairro, com missa e visita ao espaço, hoje transformado em área de lazer. O antigo aterro, que recebeu um milhão de toneladas de lixo domiciliar entre 1984 a 1992, tem hoje 80% de seus 300 mil metros quadrados reflorestados.
A desativação do aterro foi uma grande vitória da comunidade, afirmou Nilva de Brito Fernandes, que em 1984 fez parte do grupo de mulheres que impediram os caminhões de despejarem o lixo no aterro e por três dias bloquearam a passagem. Só saíram quando a Tropa de Choque foi chamada para retirá-las de lá. Conseguimos, naquele ato, chamar a atenção da cidade toda para nossa reivindicação, porque a cidade ficou sem coleta de lixo, relembra.
A prefeita Izalene Tiene participou da comemoração e ganhou rúcula produzida em hidroponia (na água), pelos funcionários do espaço. Ela lembrou que participou ativamente dos protestos de 1984.
Milhares de mudas de árvores nativas e ornamentais já foram plantadas na área, integrando o projeto chamado Jardim.
Estão previstos ainda o plantio de cerca de 90 mil mudas de espécies nativas na área e em praças do bairro. Entre elas, mudas de cambará e calabura, além de grande variedade de folhagens, produzidas em viveiro implantado no próprio local.
O reflorestamento foi iniciado há oito meses e o monitoramento ambiental do aterro e área envoltória vem sendo feito constantemente, para verificar as condições do solo, água, e ar.
Os problemas ambientais ainda não estão totalmente resolvidos, O aterro produz 100 mil litros de chorume (resíduo tóxico) produzidos diariamente são recolhidos por um sistema de drenagem, tratado em uma estação no local e depois e lançado no córrego Piçarrão. O lixo libera gás metano que é queimado em 70 slare (pequenos chaminés) distribuídos estrategicamente pela área. Cada tonelada de lixo produz 100 mil litros do gás. O chorume e o metano devem ser produzidos até o ano de 2030 naquele aterro.
Ano da Publicação: | 2002 |
Fonte: | MARIA TERESA COSTA / Correio Popular |
Autor: | J. H. Penido |