As actuais sociedades de elevado conforto estão a descartar um pneu de cerca de 9 a 10kg, por
habitante e por ano.
Estes pneus não são um resíduo perigoso, mas a sua forma traz problemas sanitários e dificuldades
importantes na sua disposição final. Além de que, se impropriamente armazenados, podem incendiar-se
acidentalmente tornando-se num problema ambiental grave.
O processamento deste resíduo é um dilema, já que o valor intrínseco dos bens que o constituem são
altos, mas o seu aproveitamento cria dificuldades logísticas e tecnológicas que fazem com que os processos
de reciclagem tenham custos elevados.
Os pneus são constituídos essencialmente por borrachas, natural e sintéticas, vulcanizadas e o
processo de vulcanização faz com que o reaproveitamento dos seus constituintes originais seja impossível,
quer pela impossibilidade de reverter o processo de vulcanização quer pela impossibilidade de separar da
matriz molecular criada os restantes componentes. Esta dificuldade é acrescida dada a disparidade das
naturezas dos materiais utilizados no fabrico do pneu.
Os governos dos países mais desenvolvidos têm criado por via legislativa, ambientes propícios a uma
correcta disposição final deste resíduo. Nos Estados Unidos da América o caminho seguido tem sido o de
procurar influenciar o mercado, na Europa a opção preferida tem sido a de responsabilizar o fabricante do
bem pelo eliminar do resíduo, de forma ambientalmente correcta. Tende a considerar-se, na Europa, que o
poluidor é quem produz o bem e não quem o utiliza.
Portugal não foge a esta regra e tem tido algum pioneirismo na procura de soluções.
A opção em Portugal foi a de obrigar os produtores a constituir uma Entidade Gestora do Sistema de
Gestão de Pneus Usados.
No presente trabalho analisa-se a legislação que implementa o Sistema de Gestão de Pneus Usados,
a sua praticabilidade, oportunidade, limites e incoerências. Compara-se a solução adoptada em Portugal com
as soluções implementadas noutros países.
É, ainda, avaliada a utilização de técnicas industriais de baixo custo e fácil implementação que
permitam o consumo do granulado de borracha resultante da reciclagem dos pneus, em grandes quantidades
e que possam representar soluções ambiental e economicamente eficientes para a valorização destes
reciclados.
Present comfort demanding societies are throwing away one tyre, weighing 9 to 10kg, per inhabitant
per year.
These tyres are not considered a dangerous residue, but its shape brings sanitary problems and
important difficulties to its final destination. Furthermore, if inadequately stored, they can accidentally get on
fire becoming a serious problem for the environment and public health.
Processing this residue is a dilemma, the inherent constituents are valuable, but the technologic and
logistics difficulties of the recovery process make the recycling process a very expensive one.
Tyres are mainly made of vulcanized rubber, natural and synthetic ones, and these constituents
recovery is impossible once the vulcanization process takes place. It is also impossible to recover the other
ingredients, from the molecular network created on vulcanizing. This difficulty is augmented due to the nature
and variety of the materials used to build the tyre.
The governments in the most developed countries have been creating, through legislation, favorable
conditions to a correct disposal of these residues. While in the United States of America the chosen way has
been to influence the market, in Europe the preferred option has been to make the goods producer liable for
the residue elimination in an environmental friendly way. In Europe the polluter is considered to be the
producer of the good, not the user.
Portugal has been a pioneer in the search for solutions. The option has been to force the producers to
create one only society for managing an extended producers responsibility framework called SGPU – Sistema
de Gestão de Pneus Usados (Used Tyre Management System). In this work the legislation that implements
the Portuguese SGPU is analyzed considering its feasibility, opportunity, limits and incoherencies. The solution
chosen in Portugal is compared with options from other countries.
In this work it is also evaluated the use of industrial low cost techniques and easy procedures which
could allow for the consumption of huge amounts of rubber resulting from tyre recycling and represent
economical and environmental efficient solutions for the valorization of these recycled.
Actualmente, los países desarrollados generan residuos de neumáticos a un ratio aproximado de 9 a
10kg, por habitante y por año.
Estos neumáticos no son un residuo peligroso, pero su forma aporta problemas sanitarios y
dificultades importantes en su reciclado final. Y, además, si no se almacenan de forma apropiada, pueden
incendiarse accidentalmente tornándose un problema medioambiental grave.
El procesamiento de este residuo es un dilema, porque el valor intrínseco de los materiales con que
se fabrica es alto, pero su aprovechamiento genera dificultades logísticas y tecnológicas que suponen un alto
coste en los procesos de reciclado.
Los neumáticos son fabricados esencialmente, por goma vulcanizada, natural y sintética y el proceso
de vulcanización hace con que el reaprovechamiento de las materias primas originales sea imposible, bien
por la imposibilidad de revertir el proceso, bien por la imposibilidad de separar de la matriz molecular
creada los demás componentes utilizados en la fabricación del neumático. Los gobiernos de los países mas
desarrollados han creado vía legislativa, ambientes propicios a un reciclado óptimo de este residuo. En
Estados Unidos el camino seguido ha sido el de influir en los consumidores, mientras que en Europa la
opción elegida es responsabilizar al fabricante del producto de la eliminación del mismo al final de su vida
útil por procedimientos medioambientalmente correctos. En Europa se considera que el contaminador es
quién produce el bien y no quien lo usa.
Portugal como país miembro de la Unión Europea también sigue esta regla y es pionero en la
búsqueda de soluciones.
La opción de Portugal ha sido obligar a los productores a crear una Sociedad encargada del sistema
de gestión de neumáticos usados (Entidad Gestora).
En lo presente estudio se analizada la legislación portuguesa que implementa el Sistema de Gestão
de Pneus Usados (sistema de gestión de neumáticos usados de Portugal), su funcionamiento, oportunidad,
límites e incoherencias. Por otro lado se compara la solución escogida por Portugal con las soluciones
implementadas en otros países.
Por último se estudia la utilización de técnicas industriales de bajo coste y fácil implementación que
permitan el consumo de granulado de caucho resultante de la reciclaje.
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