Por Júlio Wandam*
Poucos dias atrás, amigo Enio Noronha Raffin enviou e-mail referente a assunto de interesse ambiental em Tapes/RS, a audiência pública do dia 27 de janeiro, sobre o Aterro Sanitário Intermunicipal para gerenciamento e tratamento dos resíduos sólidos de sete cidades (60 toneladas diárias) da região, que irão despejar lixos parcialmente segregados até certo volume, e dispostos os restantes dos resíduos e rejeitos em valas abertas, cobertas por geomembranas, e captando o gás metano e o chorume, materiais altamente poluentes. O metano (CH4) é um gás gerado a partir da decomposição dos resíduos orgânicos, 21 vezes mais poluente que o gás carbônico (CO²). O chorume são os líquidos que percolam por entres as camadas de lixos acumuladas e prensadas, 21 vezes mais poluente que o esgoto, lançados nas sangas, arroios e córregos de Tapes e outras tantas cidades brasileiras. O que deixa dúvidas, e para isso não há garantia alguma, é que o tal gerenciamento, tratamento e destino final sejam feitos como agora, no atual momento.
Explica-se: Cerca de uma semana atrás, recebi uma informação de que o filé do lixo não estaria chegando aos ex-catadores do Lixão da Camélia, e que os carroções estariam recolhendo apenas resíduos = rejeitos sem valor para a venda pela Cooperativa, tendo diminuído os volumes de lixos recepcionados e segregados na Usina de Triagem. Filé são os resíduos de maior valor, como as latinhas de alumínio. Outra situação, esta mais séria e com documentos comprovando, é a Usina de Triagem que recebeu Licença de Operação em janeiro de 2007, sem a visita/vistoria da FEPAM, que deveria ser feita para avaliar os equipamentos e a estrutura para poderem operar em julho de 2008 um empreendimento que desde o primeiro dia de funcionamento, não funciona como deveria. O impacto de vizinhança que deveria ter sido pensado e avaliado, não o foi, nem mesmo a audiência pública houve, e o Sr. Morador ao lado do empreendimento acabou procurando o Ministério Público para buscar ajuda e resolver seu problema, criado por falta de senso e penso de que a comunidade precisa ser ouvida nestes casos. Entende-se que a Audiência Pública para outro empreendimento atrás da Escola Agrícola, na RS 717, não fosse o tamanho, poderia até não existir, semelhante ao ocorrido no caso da Usina da Avenida Camaquã.
Quanto ao Lixão da Camélia, mais uma vez não conseguimos fechá-lo. Mas não desistiremos assim, mesmo que promovam desinformações do tipo: - o eco-chato não deixou o Aterro ir para Sentinela para resolver o problema de Tapes, e digam que somos contra audiência pública (feita nas coxas, é claro), entendemos que agem no sentido de abafar a real situação, e não assumirem a falta de massa cinzenta para usos múltiplos e diversos dentro de uma Administração Pública, desinformando também outros, alegando que teria Eu sido o grande mentor da ida do Aterro Sanitário para aquela cidade e depois teria sido o que não deixou o Aterro se instalar na comunidade. Explica-se novamente: A comunidade de Sentinela do Sul decidiu, os secretários da Administração decidiram, o prefeito tomou a decisão pela não instalação deste empreendimento na cidade. Devaneios a parte de parte dos que acreditam estarem resolvendo o problema, fica a dúvida se o atual local no Capão Alto é próprio para que este tipo de negócio de Aterros Sanitários venha se instalar aqui em Tapes, e se a comunidade será ouvida e respeitada a sua decisão.
Um caso bem emblemático é o descontrole no que insistem chamar de Aterro Controlado, que é gritante. Só a falta da Licença Ambiental da FEPAM há dois anos e nove meses, é preocupante não ter sido tomada alguma atitude de parte dos órgãos ambientais do estado.
O gerenciamento deste local, na Estrada do Butiá, oito quilômetros ao norte, que há 25 anos polui o ambiente próximo dos Butiazais de Tapes, deixa-nos estimulados a manter acesa a luta contra a continuidade dos despejos até onde tivermos que ir e o tempo que for.
Imaginem se o empreendimento atrás da Escola Agrícola acaba virando um lixão, o Lixão do Capão Alto, então teremos dois lixões em Tapes. Alguma coisa está mudando, isso não temos dúvidas!
*Ambientalista Os Verdes de Tapes/RS
osverdestapes@gmail.com
http://osverdestapes.googlepages.com
Ano da Publicação: | 2009 |
Fonte: | http://www.bolsadereciclaveis-sp.com.br/index.php?cat=noticia&id=520 |
Autor: | Rodrigo Imbelloni |
Email do Autor: | rodrigo@web-resol.org |