Avaliação de parâmetros ambientais em aterros sanitários – estudo de caso

A utilização de valores orientadores de qualidade de solo e águas subterrâneas como metodologia para avaliação de áreas degradadas é muito discutida. A aplicação deste método, quando feita de forma simplesmente comparativa com valores determinados para outras regiões e até mesmo países, pode resultar em avaliações extremamente equivocadas. A determinação destes valores e sua aplicação iniciaram-se na Holanda em 1983, seguido pelos Estados Unidos, Alemanha e finalmente Brasil. No Brasil, somente o Estado de São Paulo desenvolveu trabalhos para determinar as concentrações das diversas substâncias naturalmente presentes no solo, e somente para as diversas características existentes dentro do Estado. Este trabalho teve como objetivo avaliar a metodologia de valores orientadores de qualidade da água aplicados a uma área sob influência marinha próxima a um aterro sanitário na região Sul do Brasil e comparando-a com os valores de intervenção definidos para o Estado de São Paulo. A avaliação preliminar da área, comparada com os valores pré-determinados, apontou uma contaminação por alumínio, chumbo, ferro e manganês, que se acreditou serem provenientes do aterro. Foi realizada, então, uma avaliação em uma área próxima, com as mesmas características, mas fora da área de influência do aterro. Utilizando-se o software ProUCL para análise estatística, foram determinadas as concentrações naturais das substâncias naquela região específica. Devido à influência marinha na região, as concentrações naturais já se apresentam maiores que as definidas como “valor de intervenção” para o Estado de São Paulo. Desta forma, pode-se concluir que a utilização de valores orientadores para avaliação de áreas contaminadas é muito útil, trazendo resultados rápidos de forma simples. No entanto, sempre deverão ser utilizados de forma criteriosa para as características de cada região.

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