Biodiesel com óleo de fritura

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) de Agroenergia, em Brasília, está desenvolvendo um projeto que prevê a produção de biodiesel por meio da reciclagem de óleo saturado

Intitulado de Sistema produtivo de biodiesel a partir de óleos vegetais virgens e usados, a iniciativa, iniciada há um ano e que recebeu uma verba de R$ 2,5 milhões, tem como principal bandeira a preservação ambiental.

Segundo o pesquisador da Embrapa Agroenergia e coordenador do projeto, José Dilcio Rocha, trata-se de uma ideia simples, mas que exige alguns cuidados para que o trabalho funcione.

“Qualquer cidade brasileira que disponha da coleta de óleo pode implantar esse projeto. Contudo, é preciso verificar bem a logística para que dê certo, pois não adianta gastar um litro de óleo diesel para recolher meio litro de óleo vegetal”, avalia.

Antes de se pensar em reutilizar o óleo vegetal, o produto era todo despejado no esgoto, causando problemas na rede de águas. “O óleo, com o tempo, vai incrustando a tubulação e contamina a água. Para tornar a água novamente pura, gasta-se muito mais se comparado ao custo para reciclar o óleo, que é um poluente muito forte. Um estudo demonstra que cada brasileiro gera em média 500 mililitros por mês. Por ano, são seis litros. Imagine então essa quantidade poluindo a nossa água. Com esse projeto, queremos tirar o máximo possível desse material”, afirma.

Questionado sobre a qualidade do biodiesel produzido pelo óleo usado, o pesquisador foi enfático ao dizer que “o combustível é de excelente qualidade, tão bom quanto o de uma semente recém-colhida”.

Rocha informa que assim que o óleo é coletado, ele é mandado para centrais que purificam o material. Depois de totalmente limpo e sem ácidos, ele é enviado para a fábrica de biodiesel, em Planaltina, distante a 40 quilômetros da capital federal.

“Ao chegar na fábrica, ele passa por um processo de transformação chamado transesterificação. Essa ação, resultante entre um éster e um álcool, vai gerar o biodiesel”, explica.

Para o pesquisador, o projeto tem tudo para dar certo, pois apresenta vantagens econômicas e ambientais. “Nada se perde ao fazer esse trabalho. Produz-se combustível de boa qualidade a um preço baixo e o ambiente ganha por não contar mais com um produto tóxico infestando, principalmente, as nossas águas”, conclui.

Setor Reciclagem
fonte: www.parana-online.com.br

Ano da Publicação: 2009
Fonte: http://www.setorreciclagem.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=835
Autor: Rodrigo Imbelloni
Email do Autor: rodrigo@web-resol.org

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