No Brasil , mais de 3 milhões de toneladas de garrafas PET são despejadas na natureza por ano, o equivalente a 30% da produção total no país. Além disso, as garrafas pet demoram mais 200 anos para se decompor, ao passo que plásticos à base de materiais biopolímeros se decompõem em 132 dias. Conforme projeto em tramitação no Legislativo, o plástico biodegradável substituirá as embalagens PET num prazo de quatro anos.
A informação foi divulgada pelo deputado Giovani Cheirini (PDT), durante o "Seminário Nacional Bioplástico: uma Alternativa Viável", que aconteceu no Plenarinho da Assembléia Legislativa. No evento, foram discutidas alternativas para a substituição da produção de plástico à base de petróleo por materiais à base de vegetais como cana-de-açúcar, mamona ou milho. O deputado Giovani Cheirini é o autor do projeto de lei que proíbe a utilização de embalagens à base de polietileno e polipropileno. "A preservação ambiental exige a procura de produtos que não aumentem a degradação do planeta", justificou.
Participaram do evento o diretor geral da PHB Industrial, Sylvio Ortega, a pesquisadora e professora da Faculdade de Farmácia da UFRGS, Silvia Guterres, a pesquisadora e professora da Faculdade de Química e do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Tecnologia de Matérias da PUC, Sandra Einloft, o coordenador do Projeto Mamona, Wilson Machado, o consultor e extensionista do Projeto Mamona, Gesner Oyarzábal, o Secretário de Ciências e Tecnologia do Estado, Kalil Sehbe Neto, e o deputado Paulo Azeredo (PDT).
O deputado Paulo Azeredo, que trabalhou por 13 anos em uma petroquímica, reconheceu a importância da utilização do bioplástico, mas ressaltou temer que a substituição do plástico à base de petróleo por esta matéria-prima possa atrapalhar o desenvolvimento do setor e gerar desemprego. Cheirini enfatizou que preocupação de Azeredo tem que ser levada em consideração durante todo o debate sobre o tema. Em seguida, os convidados iniciaram suas exposições.
O diretor geral da PHB Industrial, Sylvio Ortega, falou sobre a produção viável de biopolímeros no Brasil. Segundo ele, a PHB Industrial implementará a planta piloto a partir de 2007. Ortega também salientou que na Europa, empresas automobilísticas como a Toyota e a Mercedez Benz já estão utilizando peças constituídas por materiais biopolímeros.
A pesquisadora e professora da Faculdade de Farmácia da UFRGS, Silvia Guterres, falou sobre o uso dos polímeros no setor farnacêutico e em cosméticos. Guterres afirmou que cerca de 90% dos comprimidos produzidos atualmente são constituídos por celulose, que é um produto biopolímero. Ela também afirmou que os remédios a base de biopolímeros poderiam ser usados em quantidades menores em relação ao que ocorre hoje. Por exemplo, as mulheres tomariam apenas uma pílula anticoncepcional para abranger um determinado período de tempo, não todos os dias.
Já a pesquisadora e professora da Faculdade de Química e do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Tecnologia de Matérias da PUC, Sandra Einloft, discorreu sobre a reciclagem química de embalagens PET. Segundo ela, além da reciclagem e da biodegradação, um método que vem sendo colocado em prática na Europa é a incineração. Sandra Einloft ainda destacou que a produção mundial de pets é de cerca de 26 milhões de toneladas ao ano; que suas fibras são utilizadas mais que o nylon na confecção de roupas; e que alguns componentes das embalagens PET são aproveitados na fabricação de tintas.
Depois, foi a vez de Gesner Oyarzábal e Wilson Machado discorrer sobre a aplicação de bioderivados da mamona, o "petróleo verde". Oyarzábal ressaltou que mais de 650 produtos derivam da mamona e que o Rio Grande do Sul é o maior produtor do Brasil, pois aqui no estado se colhe 2.700 kilos de mamona por hectare. Wilson Machado lembrou que o aproveitamento industrial de derivados do produto é enorme, sendo usados n
Ano da Publicação: | 2008 |
Fonte: | http://www.ecolnews.com.br/bio_plast.htm |
Autor: | Rodrigo Imbelloni |
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