A disposição do lodo de esgoto é um problema comum em várias comunidades no Brasil e no
mundo. O aproveitamento dos lodos de estações de tratamento de esgotos para uso como
materiais alternativos, inclusive incorporação em materiais de construção, não é novo e tem dado
certo em vários países do Primeiro Mundo. Entretanto, para haver uma utilização ambientalmente
segura e consciente do lodo, faz-se necessário sua caracterização para avaliar se a incorporação
trará ou não prejuízos ao novo “produto”. Nesse sentido, o presente trabalho tem como finalidade
caracterizar dois tipos de lodo visando sua incorporação na fabricação de blocos cerâmicos de
vedação. Os lodos caracterizados foram: 1) lodo procedente da ETE do Campus Central da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN (lodo aeróbio) e; 2) lodo procedente do
sistema de tratamento de resíduos de tanques-sépticos (lodo anaeróbio), ambos situados no estado
do Rio Grande do Norte. Foram coletadas amostras de cada tipo de lodo para determinação dos
seguintes parâmetros: teor de sólidos, teor de matéria orgânica, densidade real, granulometria,
limites de consistência, análises químicas, mineralógicas, microbiológicas e de metais. Uma
conclusão importante, baseada nas experiências de incorporação do lodo em escala real, refere-se
ao seu teor de umidade, verificado através do valor de teor de sólidos, que se mostra como um
fator limitante para a incorporação de lodo em maiores proporções. Quanto aos aspectos
microbiológicos, estes não implicam em riscos sanitários quanto a utilização dos lodos como
matéria prima da indústria cerâmica, visto que as operações inerentes à atividade e as altas
temperaturas dos fornos, minimizam os riscos oriundos do reúso proposto. A pesquisa se enquadra
na Rede de lodos 4 do PROSAB com financiamento da FINEP
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