Infelizmente os municípios brasileiros, em sua grande maioria, dispõem seus resíduos sólidos domiciliares sem nenhum controle, o que promove graves conseqüências, como contaminação do ar, do solo, das águas superficiais e subterrâneas. Este trabalho visou caracterizar geológica e geotecnicamente, com base em estudos geofísicos, o lixão desativado de São Carlos – SP, bem como analisar a evolução da contaminação já identificada por alguns autores anteriormente. Os resíduos foram dispostos inadequadamente nesta área por aproximadamente 17 anos, sobre os solos arenosos permeáveis da formação Botucatu. Esta atividade cessou definitivamente em 1996, o que não finalizou o processo de contaminação, ainda atuante. Para investigação da evolução da pluma de contaminação realizaram-se caminhamentos elétricos (eletrorresistividade e polarização induzida), ensaios de infiltração e outros para caracterização dos materiais inconsolidados, associando estes dados aos já existentes. Os resultados mostram que a aplicação dessas técnicas permitiu caracterizar a situação de contaminação atual da área, mostrando que existe a propagação de uma pluma de contaminação com direção NW, e que verticalmente também pode estar ocorrendo contaminação. Essa contaminação no sentido vertical pode ser acentuada pela existência de uma descontinuidade sob o corpo do lixo, pela alta permeabilidade dos materiais arenosos da região, pela ausência de barreiras menos permeáveis e pela variação sazonal do nível d´água.
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