A casa de plástico está em exibição na Feira do Empreendedor, que ocorre no Centro de Convenções Edson Queiroz (Foto: Francisco Sousa)
A dificuldade de oferecer moradias populares a custos baixos é desafio em todas as grandes cidades brasileiras. Na feira do empreendedor está sendo apresentado um modelo novo de moradia que pode representar economia de tempo e dinheiro na hora de construir moradias populares: a casa de plástico.
Construída a partir de placas de plástico reciclado, a casa chega a custar até 30% mais barato que uma convencional feita de tijolos. A diminuição dos custos pode ser ainda maior se a montagem das casas for feita em quantidade. Diferentemente das obras em alvenaria, que requerem canteiros, alicerces, ou seja, custos indiretos, as casas de plástico são pré-montadas, precisando apenas ser parafusadas.
Como a conexão entre as peças é feita por parafusos, é possível expandir (ou diminuir) as medidas de cômodos com facilidade e praticidade. Os custos para demolição também são minimizados por não haver necessidade de destruir estruturas já existentes. Em caso de mudança, inclusive, é possível que o morador leve a casa consigo para o local onde deseje se instalar.
Outra comodidade é de que, como as casas são feitas em processo industrial, é possível colocá-las prontas em apenas um dia. “Em casos de enchentes, por exemplo, a montagem das casas para receber a população desabrigada é muito ágil”, destaca o pesquisador que desenvolveu o produto, engenheiro Joaquim Caracas, da Impacto Protensão.
Ele revela que a idéia surgiu a partir de experiências de “substituir parte da estrutura de madeira de prédios por plástico”. Com o sucesso da tentativa, ele resolveu, em parceria com a Indústria Brasileira de Plásticos (Ibap) desenvolver a tecnologia para construir tudo com o mesmo material.
ESPAÇO – Além de utilizar material que onera menos o valor final da residência, a casa representa também economia de espaço, por conta das paredes serem mais finas que as similares feitas de cimento. No caso específico das moradias populares, geralmente de 35 metros quadrados, a redução da espessura aumenta a área do imóvel em 12% ou quatro metros quadrados.
Através de dutos já adicionados às placas que dão corpo à moradia, as residências de plástico podem receber instalação elétrica e hidráulica como outra qualquer. As paredes externas, por sua vez, podem receber concreto e argamassa. “Com o tratamento certo, nem é possível identificar que não são de alvenaria”, garante Joaquim Caracas.
ISOLAMENTO – Com relação à proteção térmica e acústica, o engenheiro afirma que “a sobreposição de materiais nas paredes diminui a sensibilidade às variações de temperatura e a sons”. A camada de concreto garante ainda maior proteção a tentativas de ruptura na parede.
DURABILIDADE – Tomando por base o fato de que o plástico leva pelo menos 100 anos para se degradar no meio-ambiente, o engenheiro projeta durabilidade estendida no imóvel, cujas telhas podem ser de barro ou também de plástico.
Ano da Publicação: | 2007 |
Fonte: | Negócios - Imóveis |
Autor: | Paulo Jardim |