queimando madeira. A partir daquele instante a lenha passou a levar luz e calor para as mais desconfortáveis das cavernas. Aquela etapa foi decisiva na evolução da nossa espécie e na maneira de viver do homem, permitindo também o desenvolvimento das primeiras ferramentas, fundições primitivas e, infelizmente, armas.
Mesmo hoje, a madeira continua sendo a mais importante fonte de energia no mundo.
Ainda nas cavernas o homem percebeu que queimando o carvão residual das fogueiras ele obtinha mais calor e menos fumaça. O domínio da energia e o desenvolvimento de técnicas apropriadas, permitiram então a dominação do homem pelo homem e promovendo alterações significativas no seu ambiente natural.
Enquanto o consumo diário de energia do homem primitivo era de 2.000 kcal, o homem contemporâneo de paises desenvolvidos consome 300.000 kcal por dia. A demanda por energia cresceu de uma forma assustadora nos últimos séculos.
A fundição dos metais, a construção de máquinas, o desenvolvimento da agricultura, a construção de canais e modificação dos cursos d’água, a formação de agrupamentos urbanos e industriais, o acúmulo de resíduos e esgotos e o desflorestamento, mostram que o domínio da energia e da tecnologia distancia o homem da sua condição integrada a natureza para um modificador perspicaz do seu habitat.
Certamente, temos algo a resgatar do nosso “desenvolvimento”.
Fazendo a reengenharia do fogo ou, pelo menos, analisando o emprego energético dos nossos resíduos vegetais, talvez possamos corrigir algumas das trajetórias mal empreendidas pelos nossos antecessores.