Entre aos desafios para a expansão de mercado da reciclagem do resíduo de construção e demolição
(RCD) mineral, encontra-se viabilizar o uso dos agregados reciclados em concretos. Existem
dificuldades nacionais e internacionais em se adequar à triagem do RCD, atender às especificações dos
agregados reciclados e encontrar métodos de caracterização adequados. A caracterização da
composição dos agregados reciclados é normalmente realizada pela triagem na fonte, seguido de um
processo simplificado de catação visual das partículas. Apesar do método ser barato e simples, ele
apresenta alguns problemas: a) reprodução da técnica , b) distinção entre partículas cimentícias de
argamassas e de concretos, c) variabilidade de propriedades físicas de determinadas espécies minerais
(p. ex. partículas de cerâmica) e d) impossibilidade de se caracterizar agregados miúdos. O objetivo
deste artigo foi investigar se a técnica de separação mineral por líquidos densos é eficiente para
classificar as espécies minerais presentes nos agregados reciclados do ponto de vista químico e
mineral. Como resultados, a técnica se revelou importante no estudo dos agregados de RCD
reciclados, uma vez que ela permite a separação de partículas com diferentes porosidades e
mineralogia diferenciada de forma mais rápida que a catação. O teor de solúveis em ácido revela o teor
de pasta de cimento hidratada. Este teor tem relação com a massa específica das partículas. Os
agregados graúdos de origens diversas quando separados por faixas de densidades apresentam
distribuição de massa distinta. A classificação em vermelho e cinza pode não ser significativa em
termos de variação de porosidade e, potencialmente, de resistência mecânica dos agregados. O produto
flutuado em 1,9 kg/dm³ concentrou quase a totalidade dos contaminantes, como madeiras, papel e
materiais betuminosos. Agregados com densidade acima de 2,5 kg/dm³ são predominantemente rochas
naturais, envolvidas por uma camada de pasta de cimento endurecida, sendo que o teor de pasta
endurecida é relativamente baixo. Agregados com densidade variando entre 1,9 e 2,5 kg/dm³ são
compostos predominantemente por cerâmicas (vermelha e branca) e partículas cimentícias, de teor de
pasta superior ao de partículas mais densas. Quanto menor a massa específica aparente da partícula
maior o teor de pasta de cimento, que pode ser analisada em regiões onde não se empregam agregados
calcários pelo teor de solúveis em ácido.