Trabalhos Técnicos

O desenvolvimento da “Era Tecnológica” fez nascer um problema poucas vezes lembrado, a acumulação do lixo electrónico que resulta da obsolescência de alguns equipamentos.

No artigo “The Electronics Revolution: From E-Wonderland to E-Wasteland”, publicado hoje na revista Science, investigadores da Universidade da Califórnia alertam para esta problemática e para a necessidade de políticas adequadas de reciclagem.

Em 2007 os brasileiros compraram 20 milhões de computadores, 11 milhões de televisores e 21,1 milhões de novos telefones celulares. Números que comprovam o crescimento do consumo de artigos de tecnologia, mas que trazem à tona uma grande preocupação – o destino do lixo tecnológico. A equação é simples: quanto maior o consumo, maior a produção de lixo.

Diversas apresentações em Power Point de Planos Estaduais de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos tornados disponíveis na página da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano.

Do caipira que vive na roça ao executivo que desfruta do conforto da cidade, todo mundo gasta uma parte dos recursos do planeta. Saiba como diminuir seu estrago.

Todo dia aportam nas praias da ilha de Kiwayu, na costa norte e ensolarada do Quênia, dezenas e dezenas de… sandálias! De tudo quanto é cor e formato, elas são trazidas por correntes marítimas do oceano Índico junto com uma quantidade enorme de lixo. A explicação é que, como não há uma barreira de corais, o entulho é despejado direto nas areias da ilha. E a quantidade de chinelos? Bem, é que a corrente vem da Índia e passa por outros países africanos, regiões que têm alto consumo de chinelos por causa do clima tropical e por serem muito pobres. O amontado de lixo começou a prejudicar também a desova de tartarugas e a caminhada dos filhotes até o mar. Indignada, a bióloga Julie Church resolveu ensinar as mulheres dos povoados a criar novos objetos a partir dos chinelos recolhidos. Elas lavam as sandálias, removem a parte de fora já muito desgatada depois de passar meses (e até anos) no mar, cortam o miolo e criam colares, cortinas, objetos de decoração e animais em miniatura. Assim, Julie dá uma mãozinha para proteger o meio ambiente da ilha, ensina arte aos moradores e mostra – com os objetos – que a situação não pode ficar só no chinelinho. www.uniqueco-designs.com

Nem tudo o que se joga fora é lixo: muitas coisas que descartamos por falta de uso ou de espaço ainda podem ser utilizadas. Pensando nisso, três estudantes de design em Veneza criaram o projeto Rifiuto con Affetto – “rejeitado com afeto”. Elas modificaram um contêiner de lixo comum colocando prateleiras internas e duas portas transparentes na parte da frente para deixar tudo à vista, como numa vitrine. Lá dentro são deixados objetos, roupas, sapatos que ficam à disposição de quem passa e ganham uma segunda chance ao serem escolhidos por alguém. Já houve quem encontrasse uma impressora em ótimo estado e quem levasse para casa um belo par de botas. Roberta Bruzzechesse, uma das criadoras do projeto, explica o objetivo: “Estimular uma reflexão individual sobre o desperdício, fazer com que as pessoas pensem se acumulam objetos por necessidade ou por imposição da indústria”. A prefeitura apoiou a idéia permitindo que os contêineres fossem colocados em alguns pontos de Veneza, e a população recebeu instruções de como usá-los. Agora espera-se que essas vitrines se espalhem por toda a cidade e, quem sabe, pela Itália. Enquanto a idéia não pinta por aqui, você pode refletir sobre o que anda jogando fora. Será mesmo que não pode interessar a alguém?