Devido aos avanços tecnológicos e de mercado, certos tipos de produtos são
descartados antes do fim de sua vida útil (GUARNIERI et al., 2006), o que aumenta
a já expressiva carga de resíduos sólidos que deve ser manejada pelo poder público
(BERTHIER, 2003). As indústrias da moda e da tecnologia são exemplos desta situação:
materiais em boa condição têm sido descartados por terem atingido um estado de
obsolescência precoce, causado por defasagem tecnológica ou por perda de valor de
mercado. Outro fator que eleva a geração de resíduos são os altos custos de reparos de
bens tecnológicos e de consumo, que têm se aproximado dos preços de bens novos,
desestimulando consertos e estimulando a reposição do bem avariado por um bem
novo (BRITO e DEKKER, 2002; LAU e WANG, 2009).
A produção industrial também tem gerado resíduos sólidos. Caso estes resíduos
sejam utilizados como matéria-prima para outras indústrias, podem gerar expressiva
redução de custo, tanto para quem recebe como para quem descarta (GONÇALVESDIAS,
2006). Adicionalmente, legislações mais severas e maior conscientização de
consumidores têm levado empresas a assumirem responsabilidades sobre as
consequências ambientais de suas operações (GONZÁLEZ-TORRE et al., 2004). Tais
responsabilidades incluem o impacto ambiental provocado pelos resíduos gerados no
processo produtivo e após o consumo (CHAVES e BATALHA, 2006).