Questões relacionadas à exclusão social e impactos ambientais devem
ter presença constante no âmbito universitário. A problemática que estamos
vivenciando atualmente no que se refere ao esgotamento de recursos naturais e o
impacto que o lixo ou, resíduos sólidos, têm causado ao nosso planeta e,
inclusive, em perspectivas mais cotidianas, é assunto de extrema importância e
complexidade. Pois seu alcance abrange muitas fronteiras que, a princípio, nos
passam despercebidas.
O fenômeno do consumo ao que nos referimos, especialmente, é o que
vem ocorrendo da metade do século XX ao início do século XXI. A clara
intensificação do consumo neste período tem trazido conseqüências nítidas não
só ao olhar de estudiosos, mas a qualquer pessoa que possua um olhar mais
crítico perante a sociedade que a cerca. O estudo desse fenômeno é crucial para
que possamos compreender e buscar possíveis soluções à problemática em
questão, tanto do ponto de vista social quanto ambiental. O estudo do consumo
está, pois, na base da pirâmide.
Fátima Portilho (2005) nos traz uma óptica singular à questão da crise
ambiental, considerando que esta se institui no princípio estruturante e
organizador da sociedade: da produção para o consumo. Nesse aspecto nota-se
um ensaio de círculo vicioso, quanto mais se produz mais se consome e, quanto
mais se consome mais se produz. O resultado desse círculo vicioso é que são
mais e mais toneladas de resíduos sólidos depositadas diariamente e diretamente
no meio ambiente, sendo seu destino final mais comum, os lixões a céu aberto.
Nota-se que as principais problemáticas a respeito da questão
ambiental, giravam em torno da produção em massa e do descarte final: lixo. Ora,
se é produzido em larga escala, é porque há uma grande massa de consumidores
ativos; é a cultura do consumo: o consumo no cerne do problema.
O interesse por essa dinâmica é recente e atual. Com isso, visa-se
problematizar esse processo e compreender como ele se materializa, a fim de
propor alternativas satisfatórias que contribuam para a construção de uma
sociedade mais igualitária e com qualidade de vida.