O lixo é um dos grandes desafios das cidades brasileiras no século 21. A população cresce. É cada vez mais importante reciclar. Mas e quando o lixo é separado e não existe um sistema de coleta seletiva eficiente? Para onde vai?
A prefeitura de São Paulo anunciou que vai diminuir a verba para a varrição de lixo por causa da crise financeira que reduziu a arrecadação municipal.
Uma ameaça ao meio ambiente no Rio de Janeiro. Parte do lixo acumulado durante 30 anos no aterro de Jardim Gramacho pode parar dentro da Baía de Guanabara. O aterro está condenado, mas continua a receber oito mil toneladas de lixo por dia, 80% do que é produzido na Região Metropolitana.
Pelas ruas, falta estrutura e às vezes também educação. Moradores do Recife não respeitam o calendário de coleta. Colocam o lixo na rua qualquer dia, qualquer hora. Recife não tem aterro público e está depositando o lixo em um aterro privado em um município vizinho.
Quase metade de todo o lixo coletado no país é descartada de forma inadequada. Vai parar em lixões ou aterros improvisados.
"É muito pior. São 20 mil toneladas por dia e não se sabe o destino dessa quantidade de resíduo. São 20 mil toneladas dispostas em cabeceiras de rios, ruas, expostos ao tempo", explica o presidente da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais João Carlos David.
Na cidade de São Paulo são 15 mil toneladas descartadas todos os dias. Um dos principais aterros já foi desativado por atingir o limite da capacidade. Resultado: 80% do lixo vão parar em outros municípios.
Para reduzir essa montanha de problema, a solução depende de medidas que incentivem a reciclagem.
Em uma casa todo o lixo é devidamente separado. São duas lixeiras: uma para o material reciclável, como papel, plástico, vidro. Outra é para o lixo orgânico, como restos de alimentos. Um exemplo de consciência ambiental que envolve toda a família.
João lava a garrafa pet para depois jogar na lixeira de reciclável. Carolina prepara a pipoca e o pacote vai para o mesmo lugar. O pai dos meninos é síndico do condomínio. Levou a lição de casa para todo o prédio. Só que esbarrou na burocracia. Há três meses pediu para fazer parte do sistema de coleta seletiva da cidade, mas entrou na fila de espera: "Acaba desestimulando as pessoas a fazer a coleta seletiva".
Os moradores separam o lixo, sem muito sucesso porque tudo acaba misturado pela coleta comum. "Precisa melhorar a coleta. Tem muito lixo acumulado", reclama uma moradora.
Na cidade de São Paulo, apenas 1% do lixo é recolhido pela coleta seletiva. Em algumas capitais do Sul do país, a coleta seletiva funciona melhor, chega a cobrir toda a população. Caso de Porto Alegre, que implantou um novo sistema este ano e aumentou a meta de recolhimento para 100 toneladas por dia.
Em Curitiba, a comida vale como incentivo. A cada quatro quilos de material reciclável entregues, o doador recebe um quilo de alimento. Por mês, são 280 toneladas de lixo que pode ser reaproveitado.
Cada morador de São Paulo produz até 1,5 quilo de lixo por dia. Boa parte poderia ser reciclada. O problema é conseguir encaminhar esse material para reciclagem.
Fonte: Bom Dia Brasil
Ano da Publicação: | 2012 |
Fonte: | reciclaveis.com.br |
Link/URL: | http://www.reciclaveis.com.br/noticias/00909/0090909problemas.htm |
Autor: | Rodrigo Imbelloni |
Email do Autor: | rodrigo@web-resol.org |