A coleta de material para reciclagem é a atividade mais comum entre os integrantes do MSTS (Movimento dos Sem Teto de Salvador). É dos produtos recolhidos (garrafas Pet e diversos outros materiais reaproveitáveis, como papelão e latinhas) que as famílias tiram uns trocados para comprar comida. As crianças ajudam os pais na atividade.
Os catadores vendem um quilo de material reciclável por R$ 2,00. A idéia é investir, com ajuda do Governo, em uma cooperativa para aumentar o ganho dos integrantes do MSTS, diz o coordenador estadual do movimento, Ildemário Proença. Se tivermos nossa própria cooperativa, com nossos equipamentos, venderemos diretamente para a fonte, que paga R$ 4,00 pelo quilo, ao contrário do que ocorre ultimamente, diz.
A cooperativa é uma saída de trabalho para muitos integrantes do MSTS, que vêem na atividade uma alternativa para obter lucros e deixar de ser tão dependentes das ações do Estado. Segundo a coordenação do MSTS, o Governo Estadual autorizou, neste ano, a construção de um centro comunitário, com área de lazer e um galpão para ser usado para a cooperativa de reciclagem.
Sabemos que emprego formal está cada vez mais difícil, ainda mais para quem não tem qualificação. A maioria das pessoas do MSTS já atua com o recolhimento de resíduos e, construindo nossa cooperativa, poderíamos nos organizar mais e pedir menos ao Estado, destaca Proença.
O projeto de auto-sustentação precisa, contudo, do apoio da Prefeitura Municipal de Salvador para ser colocado em prática. Os Sem-Teto pretendem solicitar o financiamento dos equipamentos prensa, balança e triturador – à Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) ainda este mês. Um veículo de carga para fazer o transporte do material também está na pauta de pedidos.
A Serin (Secretaria de Relações Institucionais), por meio de sua assessoria de imprensa, disse que tenta uma aproximação do MSTS com Fórum Lixo e Cidadania (organismo da sociedade civil que não está ligado a nenhuma Secretaria) para viabilizar o projeto da cooperativa. O órgão estadual disse ainda que entrará em contato com a Semarh, Sedes e Sedur para que técnicos possam orientar o MSTS a construir hortas comunitárias.
Fonte: Kleyzer Seixas (A TARDE On Line)
Ano da Publicação: | 2008 |
Fonte: | http://www.reciclaveis.com.br/noticias/00804/0080415renda.htm |
Autor: | Rodrigo Imbelloni |
Email do Autor: | rodrigo@web-resol.org |