Coleta seletiva de lixo nada mais é do que uma questão de cidadania

O lixo é um dos subprodutos do conjunto de atividades desenvolvidas pela sociedade, com o objetivo de atender suas necessidades de consumo. Este subproduto, bastante heterogêneo, não pode ser disposto no meio ambiente de forma inadequada, por ocasionar danos ambientais e riscos à saúde pública.



O adequado gerenciamento do lixo está diretamente relacionado às condições sanitárias e econômicas da população, que é beneficiada tanto pelo fornecimento de novos produtos gerados da reciclagem do lixo, como adubos orgânicos, papéis, vidros e metais reciclados, com garantia de um controle sanitário, evitando a propagação de doenças e epidemias causadas pelo seu mau gerenciamento.



As medidas tomadas, como controle e destino adequado do lixo, considerando o aspecto sanitário, têm como função prevenir e controlar doenças a ele relacionadas. Sendo assim, não devemos esquecer que a matéria orgânica do lixo segue a lei geral da natureza: tudo se transforma. Por isto, tudo o que há na natureza poderá ser considerado lixo no futuro.



Objetivamente, o lixo pode constituir-se num problema sanitário quando proporciona a proliferação de moscas responsáveis pela transmissão vetorial de diversas patologias como diarréia infecciosa, amebíase, helmintoses etc, servindo também como criadouro e esconderijo de baratas e ratos, estes transmissores da leptospirose.



O lixo, depositado ou em contato com a água, pode contaminar o homem e também realimentar e manter diversas parasitoses quando se oferece os dejetos como alimentos aos porcos. Os recipientes como vidros, latas, pneus etc, contendo água, podem servir de criadouros de mosquitos, como o caso do mosquito da dengue, Aedes Aegypti, dificultando o controle destes vetores. Por isso, o lixo é um dos maiores focos de distribuição de doenças que existe, não apenas por sua própria contaminação com bactérias, vírus, e outros agentes patogênicos, como também por abrigar diversos animais que são vetores de doenças.



Devemos saber o que fazer com o lixo que está sobre nosso controle. O lixo controlado influencia na vida média efetiva do cidadão, principalmente, pela redução de doenças. Além disso, é possível a recuperação econômica de alguns materiais encontrados no lixo por meio da reciclagem, transformando vidros, plásticos, restos de alimentos, metal e papel em produtos.



Reciclar significa transformar objetos materiais usados em novos produtos para o consumo. Esta necessidade foi despertada pelos seres humanos a partir do momento em que se verificou-se os benefícios que este procedimento traz ao meio ambiente. Então porque não juntar o útil ao agradável, transformando o que pode prejudicar a natureza e gerar recursos.



A solução para a problemática dos resíduos sólidos passa pela definição de um gerenciamento geral dos resíduos, direcionados pela diminuição da geração do lixo e seu reaproveitamento. Este gerenciamento deve estar respaldado em princípios de educação ambiental, principalmente no que se refere ao trabalho junto à população, visando uma alteração da relação de responsabilidade quanto ao lixo, levando também para junto do gerador a construção da solução, pois não há como deixar de se produzir lixo.



A essência da idéia de reaproveitamento se baseia na redução das atividades extrativistas de matéria-prima. Este fato, associado à redução da qualidade de lixo a ser tratado pela retirada do material reciclável, torna o reaproveitamento fator fundamental no gerenciamento de resíduos sólidos, tanto no que se refere a proteção ambiental, quanto as implicações econômicas. Isso tudo nos leva a vários questionamentos. O que é lixo? De onde vem e para onde vai? Quais seus efeitos nocivos sobre o meio ambiente? O que pode ser feito para reduzi-los? Buscar essas respostas e, a partir delas, engajar-se numa ação coletiva para começar a resolver os problemas presentes é uma tarefa eminentemente educativa.



Em Rondônia, as instituições públicas realizam a coleta seletiva do lixo, como é o caso da Embrapa Rondônia, visando atender o que dispõe o Decreto Federal 5.940 de 25 de outubro de 2006, que institui a separação dos resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e entidades da administração pública federal direta e indireta, na fonte geradora, e a sua destinação às associações e cooperativas dos catadores de materiais recicláveis.



Além da questão legal, práticas sustentáveis são uma das políticas que a Embrapa Rondônia preza, pois contribui positivamente para a imagem da empresa e da cidade, já que a coleta seletiva exige um exercício de cidadania. Além das possibilidades de aproximação entre a Embrapa Rondônia e a população, a coleta seletiva pode estimular a organização da sociedade civil, por meio da doação do lixo coletado a associações de catadores, gerando emprego e renda para a comunidade, proporciona melhor qualidade de vida para as pessoas.



AUTORIA



Daniela Garcia Collares

Presidente da Comissão de Reciclagem do Lixo da Embrapa Rondônia

Jornalista e Relações Públicas

Ano da Publicação: 2008
Fonte: http://www.agrosoft.org.br/agropag/103381.htm
Autor: Rodrigo Imbelloni
Email do Autor: rodrigo@web-resol.org

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