Com os dias contados

É como formiguinhas que trabalham as pessoas que se propõem a diminuir o lixo gerado por todos, fazendo a separação e a reciclagem. Seja em casa ou em forma de cooperativa, elas sabem da dificuldade que é convencer a população em geral que a reciclagem dos materiais no dia-a-dia tem que virar hábito obrigatório, como tomar banho, comer e escovar os dentes. Implica, inclusive, em boa saúde no futuro.



É fato que houve certas mudanças de atitude ao longo dos últimos 10 anos em relação ao meio ambiente. As ações de conscientização parecem estar dando algum resultado, embora os dados da Secretaria Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Sedema), que mostram o volume de resíduos domiciliares coletados no ano em Piracicaba, não tenham apresentado queda. No ano de 2001, esse volume era de 81.878 toneladas/ano. Em 2007, passou a 86.476 toneladas/ano.



Por outro lado, é preciso lembrar que a cidade teve grande crescimento populacional nesse período, passando de 334 mil para 358 mil habitantes, sem contar o aumento das possibilidades de consumo que o mundo moderno oferece.



Ações – Estar de acordo com as metas de responsabilidade socioambiental é a palavra de ordem na maioria das empresas hoje em dia. Quem não se adapta, corre o risco de perder espaço no mercado, ficar para trás inclusive na corrida econômica.



De olho nisso, a mudança de atitude tomou conta desde grandes corporações, como bancos, a estabelecimentos comerciais de pequeno e médio porte, como supermercados.



Alguns casos, como o do Banco Real – que em Piracicaba inaugurou recentemente uma agência considerada ambientalmente correta -, o cliente é que precisa se adaptar à necessidade de respeito ao planeta, que inclui o respeito à vida de todos.



Na agência local, na Cidade Alta, os 11 funcionários contratados trabalham para “poluir” o menos possível. Todo o papel utilizado é do tipo reciclado ou, após o uso, vai para a reciclagem interna, usado para impressão, reutilização ou volta para as mesas em forma de blocos de anotação. Todo o material de propaganda, agendas, cartões de visita, calendários, folhetos e outros, são feitos com papel reciclado.



Visando à economia de luz elétrica, a iluminação do espaço interno é natural. Grandes janelas de vidro propiciam a entrada da luz natural durante todo o dia e, para realçar a beleza da vista, há um trabalho de paisagismo do lado de fora. As plantas provocam uma sensação de tranqüilidade no ambiente.



Um tanque de 10 mil litros, instalado na área dos estacionamentos, com tubulação que percorre todo o prédio, é reutilizada nos sanitários e para a rega das plantas. O telhado é feito com telhas de fibra natural, produzidas sem agressão ao meio ambiente e, dentro da agência, todo o mobiliário é de madeira certificada.



Essa política de sustentabilidade do banco foi iniciada em 2000, segundo os gerentes José Luiz Franco de Oliveira Neto e Eduardo Geraldo Delicio. "Quando vamos conceder crédito a uma empresa, precisamos responder a um questionário de risco socioambiental para verificar qual a preocupação dela com o meio ambiente", disseram.



As iniciativas do Delta



A preocupação com o meio ambiente está no dia-a-dia do Delta Supermercados, onde a maioria das sacolas plásticas distribuídas pela rede é destinada à coleta seletiva e traz as cores e instruções para facilitar o processo de separação dos resíduos pelos clientes.



A loja promove o recolhimento de pilhas e baterias e faz o descarte correto, ou seja, encaminha esse material às empresas produtoras, responsáveis pelo fim adequado destes produtos.



Outra ação da empresa é o recolhimento do óleo de cozinha, que também pode ser entregue em qualquer uma das quatro lojas do Delta em Piracicaba. “Quem separa o óleo estará ajudando entidades que utilizam esse resíduo para gerar renda através de parceria com empresas de Biodisel”, afirma Wilian Kazuo Arai, gerente geral da rede. O próximo passo será a substituição das sacolas plásticas por oxibiodegradáveis, que possuem um aditivo acrescentado ao plástico convencional, permitindo a desintegração das sacolas em no máximo 18 meses após o contato com o oxigênio, luz e calor. “Outra solução criativa, que devemos adotar em breve, será o uso de uma sacola ecológica permanente, em tecido, que está sendo desenvolvida com o objetivo de substituir as plásticas”, contou Arai.





Fonte: Gazeta de Piracicaba

Ano da Publicação: 2008
Fonte: http://www.reciclaveis.com.br/noticias/00810/0081015dias.htm
Autor: Rodrigo Imbelloni
Email do Autor: rodrigo@web-resol.org

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