Muitas pessoas costumam manter em casa uma farmácia particular, sempre equipada com comprimidos para dor de cabeça, de estômago, xarope para gripe, pomadas etc. Mas o que fazer quando os medicamentos vencem ou simplesmente não devem mais ser usados?
Jogá-los no lixo comum ou no vaso sanitário é uma atitude que pode prejudicar o meio ambiente, pois os remédios geralmente possuem substâncias químicas que contaminam a água e o solo. O problema é que poucas pessoas sabem disso e quase não há informações sobre onde encontrar postos de recolhimento.
Tendo em vista a gravidade da situação, a farmácia Dermus lança a campanha "Descarte Adequado de Medicamentos". O objetivo é orientar a população sobre o destino correto dos medicamentos, distribuindo folhetos explicativos, além de promover junto a seus clientes a arrecadação das sobras medicamentosas que são produzidas pela farmácia. Essa é uma iniciativa pioneira em Florianópolis e a idéia é que ela se espalhe por todo o Estado. "Nós estamos conversando com o Conselho Regional de Farmácia e também com Associação de Farmacêuticos Magistrais, núcleos de farmácias das associações comercias e Associação de Farmacêuticos Homeopatas para sugerir que todos venham aderir à campanha, recolhendo as sobras dos medicamentos que produzem em suas farmácias", explica a farmacêutica Karen Denez, idealizadora do projeto.
As sobras de remédios e suas embalagens podem ser deixadas nas unidades da Dermus localizadas no centro da cidade tanto na Rua Conselheiro Mafra, como na Esteves Junior, assim como na filial do Canto da Lagoa e serão encaminhados a uma empresa especializada na incineração de produtos químicos. É importante lembrar que a incineração dos remédios não deve ser realizada em casa. Esse tipo de combustão elimina gases que podem causar intoxicação, além de prejudicar o meio ambiente.
Desinformação e falta de regulamentação são os principais obstáculos
Uma pesquisa realizada pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas e Bioquímicas Oswaldo Cruz comprova que grande parte das pessoas não sabe o que fazer com as sobras medicamentosas. O estudo entrevistou 1.009 pessoas na cidade de São Paulo e revelou que apenas 2,7% dos entrevistados já haviam recebido alguma orientação sobre o assunto. O levantamento constatou ainda que 75,32% das pessoas descartam a medicação no lixo doméstico e 6,34% jogam na pia ou no vaso sanitário. Além disso, 92,5% nunca questionaram sobre a forma correta de fazer o descarte.
Também não há nenhuma lei que regulamente o descarte de medicamentos. O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) estabelece normas apenas para o lixo hospitalar, mas não faz nenhum tipo de regulamentação sobre como proceder com os resíduos residenciais. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também não define normas específicas, mas estuda uma resolução que prevê que as farmácias e drogarias poderiam aceitar as sobras medicamentosas.
Uma das alternativas para diminuir a geração de resíduos medicamentosos é a venda de remédios fracionados, no entanto a lei que regulamenta essa ação ainda não saiu do papel. Outra possibilidade é procurar farmácias magistrais que preparam os medicamentos de acordo com a necessidade de cada pessoa e, principalmente, na quantidade receitada pelo médico para o tratamento. "Medicamentos magistrais são preparados para uso extemporâneo, portanto normalmente não há sobras", lembra Karen.
Outra forma de contaminação
Não é apenas quando descartamos inadequadamente os remédios no lixo ou no vaso sanitário que eles podem contaminar o meio ambiente. Os medicamentos são desenvolvidos com componentes resistentes e há estudos que comprovam que 80% a 95% dos remédios ingeridos são eliminados em sua forma original pela urina e pelas fezes. Esses resíduos vão parar direto nas redes de tratamento de esgoto, que depois chegam aos rios, lagos e mares. Isso acontece porque os processos de tratamento existentes não conseguem eliminar completamente alguns tipos de substâncias. "Isso nos faz pensar no uso racional de medicamentos também como uma questão ecológica, já que podemos deixar menos resíduos medicamentosos nas áreas sanitárias", alerta a farmacêutica.
Serviço
Endereços de recolhimento de resíduos de medicamentos magistrais:
Dermus – Santa Catarina
– Rua Conselheiro Mafra, 546 – Centro
– Rua Esteves Júnior, 748 – Centro
– Rua Laurindo Januário da Silveira, 168 – Canto da Lagoa
Como e onde descartar os medicamentos:
– Plantas medicinais – Podem ser descartadas no lixo comum, pois são consideradas lixo orgânico. Se estiverem encapsuladas devem ser abertas e o pó descartado separadamente das cápsulas vazias.
– Cápsulas com extratos secos – Devem ser descartadas em lixo próprio para medicamentos alopáticos, como locais que recolham resíduos de saúde.
– Medicamentos alopáticos sólidos (antibióticos, antiinflamatórios etc) –
Devem ser descartados em locais próprios que recolham resíduos de saúde.
– Medicamentos homeopáticos líquidos – Podem ser misturados com água fervente e descartados no vaso sanitário ou na pia.
– Glóbulos homeopáticos – Podem ser diluídos em água fervente e descartados em vaso sanitário ou pia.
– Recipientes de vidro dos produtos homeopáticos – Devem ser encaminhados para os locais de recolhimento de resíduos de saúde, como a Dermus, devidamente limpos com água fervente.
– Recipientes de vidro de medicamentos alopáticos (xaropes, soluções etc) – Devem ser descartados em locais de recolhimento de resíduos de saúde, sem retirar o restante do produto da embalagem.
– Recipientes plásticos que acondicionam semi-sólidos como cremes, pomadas e loções – Devem ser limpos com papel e depois em água corrente com sabão. Em seguida o recipiente e o papel usado para retirada do excesso de produto devem ser encaminhados ao local de descarte.
– Bisnagas de alumínio – Devem ser abertas e limpas com papel e, em seguida, lavadas com água e detergente.
fonte: www.fabricacom.com.br
Ano da Publicação: | 2011 |
Fonte: | http://www.setorreciclagem.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=759 |
Link/URL: | http://www.setorreciclagem.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=759 |
Autor: | Rodrigo Imbelloni |
Email do Autor: | rodrigo@web-resol.org |