Como seria se de repente todos parassem de produzir lixo? Será que o planeta agradeceria? Bom, enquanto esse futuro se mantém distante, pensemos em menor escala. E se, pelo menos, o nosso lixo orgânico, que são restos de comida, caules e folhas de vegetais, fins de frutos etc. não fossem parar no meio ambiente? Isso é possível. Basta criarmos uma composteira doméstica.
A compostagem doméstica consiste em aproveitar material orgânico para transformá-lo em húmus e nutrientes minerais. Ou seja, significa pegar restos de vegetais, comida e frutas que cheguem à cozinha e transformar em adubo, material que as plantas vão poder utilizar para crescer. Essa prática é uma das melhores soluções para reduzir a quantidade de lixo que sai das casas e vai parar, por exemplo, em aterros e lixões, agredindo a natureza. As composteiras, onde é feita a compostagem, podem ser desde artesanais e bem simples até grandes e complexos sistemas, monitorados e controlados com precisão.
Com dedicação e algumas observações, é possível criar uma composteira dentro de casa capaz de estabilizar o processo de decomposição do material orgânico, destruir patógenos (agentes biológicos capazes de causar doenças), reduzir a umidade, remover sólidos voláteis e produzir uma substância final que pode ser usada na agricultura sem restrições. Essa prática, futuramente, poderia ter conseqüências positivas para o ambiente. “Haveria uma grande diminuição na quantidade de lixo e consequentemente a vida útil do aterro sanitário duraria mais. Com uma composteira em casa posso usar o material que eu reciclo para enriquecer a terra das minhas plantas”, explica a consultora socioambiental Pólita Gonçalvez.
Pólita faz compostagem doméstica há mais de dois anos e garante que, se bem feita, o composto não produz cheiro algum. “Todos que vêm aqui em casa ficam surpresos de ver que o material não tem mau cheiro. A composteira só ficará nojenta se você colocar alimentos com gordura ou óleo”. E incentiva: “No começo foi um aprendizado. Mas a experiência compensa, pois você vê que não dá trabalho nenhum e diminui muito o lixo. Penso que no futuro muitas casas, preocupadas com a diminuição do resíduo gerado, terão composteiras.”
A composteira doméstica é, basicamente, uma caixa vedada, às vezes tampada, na qual você vai misturar, entre outras coisas, terra, ramos, partes de plantas, água e restos de cozinha. Algumas utilizam minhocas para agilizar o processo de decomposição. Um ambiente arejado, com a presença de água e restos de planta e terra, proporcionará condições possíveis para que micro-organismos comecem a trabalhar na decomposição dos restos de cozinha que você depositou em sua composteira. Alguns restos de comida são menos recomendados que outros, mas no geral você terá que descobrir isso através de observação. A quantidade de restos de comida despejados na composteira não deve ser nem pouca nem muita e, sim, algo equilibrado. A temperatura de sua composteira indicará se estiver havendo algum processo biológico ou não; quanto mais quente, maior estará sendo o processo de decomposição. Depois de um tempo, se você tiver seguido todas as recomendações básicas, seu material terá se transformado em um composto único sem cheiro ou forma. E para continuar seu processo, basta apenas acrescentar mais restos de cozinha ao composto e esperar novamente que ele seja decomposto. Dependendo do tamanho da sua composteira, de tempos em tempos será necessário retirar o material pronto e começar a decomposição do zero.
Ano da Publicação: | 2010 |
Fonte: | http://www.meulixo.rj.gov.br/conteudo/planeta8.asp |
Autor: | Rodrigo Imbelloni |
Email do Autor: | rodrigo@web-resdol.org |