Composto Urbano – O mercado para reciclagem

Composto Urbano é a denominação que se dá para um processo de transformação de resíduos sólidos orgânicos não perigosos – restos vegetais e animais – em um adubo bom e barato. Os resíduos urbanos, ou sejam, os restos de cozinha (vegetais e animais), de podas de jardins e de quintais, classificados como lixo domiciliar, dão por decomposição efetuada por microorganismos encontrados nesses mesmos materiais orgânicos, dois novos e importantes componentes: sais minerais contendo nutrientes para as raízes das plantas e húmus, material de coloração escura, melhorador e condicionador do solo.



O composto é um fertilizante bom, pelas suas excelentes qualidades, melhorando as propriedades físicas, químicas e bioquímicas do solo. É barato por ser produzido a partir de matéria-prima praticamente sem valor, descartada como lixo. Pelo fato de se produzir composto com resíduos de baixo ou nenhum valor econômico, pode-se adubar as plantas com doses consideradas elevadas.



Quanto é reciclado?



1,5 % aproximadamente, do lixo sólido orgânico urbano gerado no Brasil é reciclado. (“compostado”). Em 2002 no estado de São Paulo foram consumidos 16 mil toneladas por dia, sendo 2% reciclado. Em Minas Gerais, considerando somente a área urbana, 4% dos resíduos orgânicos gerados são reciclados.



VALOR



O composto tem em média 2,5% da soma dos nutrientes nitrogênio, fósforo e potássio – NPK. Assim, aplicando-se dez toneladas por hectare, doze vezes maior que a recomendada para um fertilizante mineral, se estará levando para a planta, 250 kg de NPK, mesma quantidade de nutrientes essenciais encontrada no adubo “químico”, cujo preço é de R$ 300 a R$ 600 a tonelada. O valor do composto orgânico oscila entre R$40,00 e R$150,00.



Conhecendo o material



Para compostagem, transformação dos resíduos sólidos orgânicos em um fertilizante denominado composto, podem ser utilizados o lixo domiciliar e o de limpeza em logradouros públicos.



Qual o peso desses resíduos no lixo?



No Brasil, esses componentes orgânicos somam cerca de 60% do peso do lixo coletado. Nos Estados Unidos representa 12% , Índia 68% e França 23%.



As variações são as seguintes: quanto mais desenvolvido o país ou mais alta é a classe social, menor é a proporção de resíduos orgânicos compostáveis e, maior a de recicláveis (papel, papelão, vidro, metais e plásticos).



Sua história



O uso de resíduos orgânicos como adubo para as plantas se perde no tempo.



Já no ano 43 da era Cristã, o filósofo Virgílio relatava em seu livro “As Geórgicas”, como restos de culturas e estercos animais amontoados se transformavam em material para ser aplicado nas terras de cultura e aumentar as colheitas. Na China e na Índia, a compostagem é uma prática “agro-sanitária” milenar.



E as limitações ?



Para a produção de um composto de lixo com aspecto atraente, convidativo, para o agricultor comprá-lo e aplicar em suas lavouras, é importante evitar a presença de partículas grosseiras, de cacos de vidro, de louça, pedaços de plástico, pedrinhas e outros contaminantes que podem ser removidos com uma boa catação e um peneiramento final do produto acabado. Fala-se que o lixo pode conter metais pesados, tóxicos para as plantas e para quem delas se alimentar. Os metais pesados são encontrados com freqüência em materiais coloridos presentes no lixo urbano, tais como revistas, etiquetas, borrachas, plásticos, tecidos, entre outros. Adotando-se o sistema de descarte seletivo domiciliar em lixo seco e lixo húmido, neste último recipiente estão incluídos os restos de cozinha, não será detectada quantidade significativa de metais pesados.



Especificações de Composto:



A legislação brasileira determina que o fertilizante orgânico composto para ser comercializado deve apresentar as seguintes garantias: matéria orgânica: mínimo de 40%; índice pH: mínimo 6,0; teor de nitrogênio: 1,0% e relação carbono/

Ano da Publicação: 2011
Fonte: http://www.cempre.org.br/ft_composto.php
Link/URL: http://www.cempre.org.br/ft_composto.php
Autor: Rodrigo Imbelloni
Email do Autor: rodrigo@web-resol.org

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