Um dos maiores problemas de nosso século tem sido encontrar uma solução para o crescimento das cidades, pois a sociedade urbana é amplamente consumidora e, conseqüentemente, é também um grande produtor de lixo. Durante décadas o lixo foi colocado de lado na agenda das administrações governamentais e da própria sociedade. Mas como numa revolta da criatura contra o criador, o lixo passou a interferir dramaticamente na qualidade de vida da sociedade. O crescimento populacional, o aumento do consumo e de produção de lixo, aliados a um certo descaso na resolução do problema tem trazido consigo inúmeras conseqüências, como a queda da qualidade de vida dos cidadãos, pois quando os resíduos sólidos não são tratados de forma adequada, pode ocorrer a contaminação do solo e da água, além de propiciar a proliferação de inúmeras doenças através de diferentes vetores. Dessa forma, a questão do lixo envolve aspectos sanitários, ambientais e de saúde pública. Essa situação tem sido agravada com a presença constante de catadores em lixões, e que com muita freqüência tem sido desconsiderados ou relegados a um segundo plano pelos administradores públicos e privados. Nossa preocupação é exatamente com a ponta desta cadeia: os catadores de material reciclável. O crescimento do desemprego juntamente com as modificações no mercado de trabalho e na própria organização econômica no Brasil e no mundo está desencadeando um forte processo de expansão de novas formas de organização do trabalho e da produção. Um grande número de experiências coletivas de trabalho e produção está se disseminando em todo o país. São diversas formas de cooperativas de produção, de serviços, de crédito e de consumo, associações de produtores, empresas em regime de autogestão, bancos comunitários e organizações populares, no campo e na cidade, que compõem a chamada "economia solidária".
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