A coleta seletiva de lixo começou a fazer parte da vida do curitibano em 1989. Na época, o conceito começava a engatinhar no País e a capital foi a primeira cidade brasileira a implantar o sistema. Quinze anos depois, Curitiba tem o maior índice de aproveitamento do lixo reciclável entre as cidade do Brasil, informa a Secretaria Municipal do Meio Ambiente. Vinte e cinco por cento do total do lixo produzido no município são reciclados.
O lixo reciclável coletado em todos os bairros da Capital lota diariamente 42 caminhões. Essa quantia não representa a totalidade do material que é separado nas casas, comércio e empresas. Um exército de coletores informais, entre 3,5 mil e 4 mil catadores, fica com a grande maioria do lixo reciclável.
Pelas contas da prefeitura, como cada coletor informal arrecada diariamente 150 quilos de resíduo sólido, juntos eles são responsáveis de tirar das ruas, todos os dias, 600 toneladas de lixo reciclável. ‘‘‘‘Geralmente esses catadores fazem acordo com lojas, shoppings e condomínios para recolher o material‘‘‘‘, explica a superintendente de Controle Ambiental da secretaria, Dayse Cristina Senna. Enquanto isso, o programa de coleta seletiva da prefeitura arrecada, por dia, 31,26 toneladas de lixo.
Dayse se anima quando lembra que 70% dos curitibanos separam o lixo orgânico do reciclável. ‘‘‘‘O maior problema são os condomínios verticais. Muitas vezes, o síndico não tem interesse ou condição adequada de armazenamento.‘‘‘‘
O desinteresse na coleta seletiva afeta a vida útil dos aterros sanitários, pois todo o resíduo que não é separado acumula-se nesses locais. A situação fica ainda mais preocupante quando se percebe que a cada ano as pessoas geram mais lixo. ‘‘‘‘Em 1989, Curitiba gerava 600 gramas de lixo per capita. Hoje esse número subiu para um quilo‘‘‘‘, diz Dayse Senna. A indústria da embalagem, segundo ela, é a principal culpada. A prefeitura calcula que oito milhões de toneladas de lixo estão dispostos, hoje, no Aterro da Caximba. O material foi gerado por 14 municípios da região metropolitana.
No Paraná, dos 399 municípios, 124 ainda despejam os resíduos em lixões a céu aberto. O site do Instituto Akatu revela que 88% dos municípios brasileiros não têm aterro sanitário. Enquanto os municípios que têm gastam R$ 4,6 bilhões para manter esses locais.
Justamente para tentar zerar o número de lixões, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente lançou no Paraná o programa Desperdício Zero, que até 2006 pretende reduzir em 30% o volume de lixo gerado. Segundo a secretaria, já foram investidos R$ 6,5 milhões na construção de aterros sanitários em 57 municípios
Ano da Publicação: | 2004 |
Fonte: | ABRELPE |
Autor: | Rodrigo Imbelloni |
Email do Autor: | rodrigo@web-resol.org |