Descarte de micros já é preocupação mundial

decisão da Samsung de eliminar gradualmente o uso de substâncias tóxicas na fabricação de aparelhos partiu de um estudo do Greenpeace, que testou TVs e celulares da empresa e encontrou elementos considerados nocivos, como retardantes de combustão usados em circuitos eletrônicos. Segundo John Butcher, do Greenpeace, trata-se de compostos tóxicos, persistentes (as moléculas são degradadas lentamente) que se acumulam no corpo humano e de animais. Na pesquisa, que, explica o Greenpeace, também testou produtos de outros fabricantes, foram encontrados ftalatos, retardadores de chama bromados e outras substâncias que, além de agressivas ao ambiente, oferecem riscos à saúde das pessoas.



“O retardador de chama bromado, usado no circuito impresso, por exemplo, pode causar problemas hormonais”, diz Butcher. “Já o ftalato, usado em componentes eletrônicos para tornar o PVC mais maleável, encontrado em cabos de computadores, causa problemas no sistema reprodutor”.



Estes e outros problemas dizem respeito apenas à exposição do ser humano a substâncias presentes em aparelhos. De acordo com Butcher, um dos objetivos do Greenpeace é evitar o acúmulo de e-lixo no meio-ambiente.



“Estas e outras substâncias são altamente poluentes, dentro e fora de casa. O problema pode parecer pequeno, mas este é um produto cuja produção aumenta e cada vez mais é descartado. Isso, sim, se torna um problema sério”.



ONU pede aos países que reciclem seus computadores



No mundo, cerca de 130 milhões de computadores entram no mercado a cada ano. No ano de 2002 já eram mais de 1 bilhão de máquinas em circulação em todo o planeta. A preocupação com o acúmulo de todo esse material fez com que a Organização das Nações Unidas (ONU) resolvesse tomar providências. Em março, a entidade pediu aos governantes do mundo todo que adotem medidas que incentivem a reciclagem de computadores devido ao impacto dos componentes das máquinas no meio ambiente.



Para abalizar o pedido, a ONU divulgou uma pesquisa com dados alarmantes sobre a periculosidade das peças presentes nos computadores. Segundo a ONU, a fabricação de um micro que pesa 24 quilos exige, no mínimo, dez vezes mais este peso em combustível fóssil e produtos químicos. Os pesquisadores concluíram também que a fabricação de um micro e seu monitor precisa de 240 quilos de combustível, 22 quilos de produtos químicos e 1,5 tonelada de água, ou seja, o peso de um carro.



Como resultado prático da pesquisa, 13 países, a maioria deles na Europa, aprovaram as normas que prevêem a obrigatoriedade de reciclar computadores. Os EUA, no entanto, ficaram de fora – como de hábito – mesmo sendo os maiores consumidores de micros do mundo. Só para se ter uma idéia do perigo: nos EUA as vendas de computadores crescem cerca de 10% ao ano e estudos estimam que mais de 300 milhões de desktops e laptops se tornarão obsoletos por lá em poucos anos. Somado este dado à já conhecida prática de descarte dos americanos, os ambientalistas terão ainda muito trabalho de convencimento pela frente.



Enquanto isso, são criadas campanhas como a “Computer take back” , que tem como intuito principal dar sumiço (reciclando, de preferência) nos dejetos tecnológicos antes que eles acabem em montanhas de sucatas de países do Terceiro Mundo. Fotos divulgadas pela campanha mostram crianças chinesas separando peças de computadores. Infelizmente, segundo a Basel Action Network, apenas 10% dos computadores (e componentes de) usados no mundo passam por algum processo de reciclagem. O que acontece com o resto?



No Brasil, segundo Láercio Vasconcelos, engenheiro, professor e autor de vários livros de informática, ainda não há motivo para alarde.



“Existem empresas que compram sucata para tirar o ouro dos conectores. No Brasil o problema do lixo tecnológico ainda não é tão sério, porque a informatização é recente. E aqui temos falta de peças para reposiçã

Ano da Publicação: 2004
Fonte: www.reciclaveis .com.br
Autor: Rodrigo Imbelloni
Email do Autor: rodrigo@web-resol.org

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