A educação ambiental tem sido discutida intensamente nas últimas décadas,
mas em quase todos os discursos estão diretamente associados à preservação da
natureza. Diversos indivíduos, ao pensar a educação ambiental, relacionam-se somente
a essa, não percebendo muitas vezes a amplitude de seu significado e esquecendo que
o próprio homem é a natureza, uma vez que se transforma, sofrendo ações do meio, de
si mesmo e do outro (PIRES & RIBES, 2005).
É interessante lembrar que o Governo Federal Brasileiro já havia afirmado que a
educação ambiental deve capacitar o educando ao pleno exercício da cidadania, e que
a tendência natural seja de que essa educação se transforme em educação política,
entendendo que o fundamento da degradação ambiental não está na ignorância dos
processos ecológicos da natureza, mas sim no estilo predatório da apropriação dos
recursos naturais que encontra paralelo na apropriação da mão-de-obra da classe
trabalhadora. A concepção de educação ambiental não é neutra, é ideológica. Ela deve
ser definitivamente compreendida como uma educação política, preparando cidadãos
capacitados a entender o porquê fazer algo, não se detendo apenas no como fazer, ou seja, enfatizando o componente reflexivo, tão importante quanto o ativo (REIGOTA,
2001).
Um dos problemas ambientais mais questionados é o do solo, sua preservação,
manejo adequado, formas de sustentabilidade e aquisição de conhecimentos e práticas
sustentáveis para o seu manejo. Não somente existe a coleta inadequada do lixo nas
áreas urbanas e a deposição em áreas impróprias como forma de degradação, mas
também a produção de lixo nas comunidades rurais. Nestas comunidades, o lixo não é
selecionado, é jogado de qualquer maneira no solo e às vezes queimado, diminuindo a
quantidade de nutrientes no solo e também possibilitando o surgimento de doenças nos
seres humanos (LIMA et al., 2005).
A solução para o destino do lixo ainda consiste em conduzi-lo para longe,
preferencialmente, para locais afastados das áreas habitadas. São os vazadouros a céu
aberto, mais conhecidos como lixões, situados na periferia dos grandes centros
(GAZZINELLI et al., 2001).
Torna-se então necessária uma conscientização sobre os problemas causados
com o lixo produzido nas comunidades rurais, além de se buscar alternativas para
recuperar o que já foi prejudicado, para que estas áreas não sofram os problemas que
existem na zona urbana com a degradação ambiental (LIMA et al., 2005).
Dentro desta realidade vivenciada, objetivou-se realizar um levantamento sobre o
destino e o reaproveitamento do lixo em uma zona rural do município de Arroio Grande
RS.
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