Emb. Longa Vida: Exportando sistema de reciclagem

A tecnologia que permite a separação do alumínio e do plástico na reciclagem de embalagens cartonadas longa-vida, 100% desenvolvida no Brasil, estará em funcionamento na Espanha em agosto do próximo ano



Lançada oficialmente em dezembro do ano passado, a tecnologia a plasma foi desenvolvida após seis anos de estudos, por meio de uma parceria entre a Tetra Pak do Brasil com a Universidade de Campinas (Unicamp) e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT).



Atualmente, quatro empresas – Tetra Pak, Alcoa, Klabin e TSL Ambiental – são parceiras na implementação da primeira planta a plasma, que está sendo construída em Piracicaba (SP), com investimentos de R$ 10,5 milhões e que deverá iniciar as operações no primeiro trimestre de 2005. A transferência de tecnologia para a Espanha veio por meio de um contrato entre a TSL Ambiental, empresa brasileira especializada em soluções de engenharia para meio ambiente, e a fabricante de papel espanhola Nesa, a partir de um trabalho de divulgação do método feito pela Tetra Pak.



A planta começa a ser instalada na região de Valencia e receberá € 6 milhões em investimentos, de acordo com o projeto inicial. A unidade terá capacidade para processar de 10 mil a 12 mil toneladas/ano de embalagens cartonadas. “Será uma parceria importante dentro da nossa estratégia de expansão internacional. A Espanha é um país empenhado no reaproveitamento dessas embalagens”, afirma Vladimir Ranevsky, diretor operacional da TSL Ambiental.



De olho no mercado europeu, a empresa partirá para negociações com a Alemanha, o maior consumidor de embalagens cartonadas da Europa e também o país em que a reciclagem é melhor estruturada. Ranevsky, no entanto, prefere não dar maiores detalhes. “Poderemos aproveitar o parque industrial para reciclagem já instalado na Alemanha. Junto com a Tetra Pak, estamos estudando a entrada em países como Itália, França e Holanda”, afirma o diretor.



Tecnologia inédita

Um dos grandes diferenciais da tecnologia a plasma é a separação efetiva do alumínio e do plástico das embalagens cartonadas. Nos processos tradicionais de reciclagem do material, o papel é segregado, mas o plástico e o alumínio se mantém juntos e são reaproveitados na fabricação de utensílios como vassouras, escovas, placas e telhas. “O plasma agrega mais uma opção para a reciclagem, pois separa os três componentes da embalagem, que voltam à cadeia produtiva como matérias-primas”, explica Fernando von Zuben, diretor de meio ambiente da Tetra Pak do Brasil.



Dessa forma, o alumínio recuperado possui 99% de pureza e volta à fábrica em lingotes para produção de chapas. O resíduo plástico transforma-se em parafina, que será vendido como insumo à indústria petroquímica – fechando o ciclo. “A recuperação do resíduo é feita na ausência de oxigênio, sem queima, o que não altera a qualidade dos materiais. Esse é outro grande diferencial”, explica von Zuben.



Inédito no mundo, o sistema utiliza energia elétrica para produzir um jato de plasma que aquece a mistura de alumínio e plástico a 15.000 °C. O processo possibilita um aumento de até 30% no valor de mercado das embalagens, devido à pureza dos materiais recuperados. A Alcoa e a Klabin comprarão o alumínio e o papel recuperados, respectivamente.



A eficiência energética é outro ponto de destaque do sistema, na avaliação de von Zuben – em torno de 90% da energia utilizada é aproveitada no processo. Para efeito de comparação, tecnologias de reciclagem a gás natural ou óleo combustível garantem um eficiência da ordem de 25%.



fonte: Abrelpe – www.abrelpe.com.br

Ano da Publicação: 2008
Fonte: http://www.setorreciclagem.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=218
Autor: Rodrigo Imbelloni
Email do Autor: rodrigo@web-resol.org

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