Em 1950, o Dr. Ruben Rausing, fundador da Tetra Pak, afirmou: "Uma embalagem deve gerar mais economia do que ela custa". Isto significa produzir embalagens que protejam os alimentos, mas que não destruam os recursos naturais e não gastem muita energia na sua fabricação, estocagem e transporte. Assim, surgiram as embalagens cartonadas ou caixinhas Longa Vida que reúnem, em uma única embalagem, três diferentes materiais: papel, plástico e alumínio. Juntos eles impedem a penetração da luz, do ar, da água e dos microorganismos, protegendo o alimento para que não estrague.
A proteção contra a luz é importante, pois ela destrói vitaminas encontradas em alimentos como leite e sucos. O oxigênio presente no ar produz uma reação nos alimentos, chamada oxidação, que pode causar neles alterações de cor e sabor. O ar pode, também, levar microorganismos e odores estranhos para dentro da embalagem, se ela não for muito bem fechada.
Na década de 60, com o desenvolvimento do envase asséptico, no qual o alimento e a embalagem são esterilizados separadamente, a Tetra Pak lançou as primeiras embalagens cartonadas assépticas para leite, que são as caixinhas de leite Longa Vida, com o nome de embalagem Tetra Brik Aseptic.
O leite Longa Vida é obtido por meio da ultrapasteurização do leite a elevadas temperaturas, 135ºC a 150ºC, por 2 a 4 segundos. O resultado é a destruição de todos os microorganismos que podem se desenvolver no leite e a obtenção de um produto de alta qualidade.
Assim, o leite embalado pode ser conservado fora da geladeira por até 180 dias sem se estragar. Quando o leite é pasteurizado, ele é aquecido a temperaturas por volta de 70ºC durante 15 a 20 segundos.
Na pasteurização simples, apenas os microorganismos mais perigosos são destruídos, por isso o leite deve ser mantido na geladeira.
O material para a formação das caixinhas é transportado para a indústria de alimentos na forma de bobinas, ocupando pouco espaço nos caminhões. Dessa forma, é possível transportar muito mais embalagens em um caminhão, com conseqüente economia de combustível. O material transportado em um único caminhão é suficiente para embalar 500.000 litros de leite Longa Vida.
Coleta Seletiva
Após a fabricação, os produtos armazenados nas caixinhas Longa Vida, além de não precisarem de refrigeração, ocupam pouco espaço no transporte e nas prateleiras dos supermercados, gerando economia de energia.
Reciclagem
Para reaproveitamento das caixinhas, elas devem ser limpas, amassadas e entregues ao caminhão da Coleta Seletiva ou colocadas nos coletores de papel, uma vez que a maior parte da caixinha é composta de papel. O principal processo de reciclagem das embalagens cartonadas é o processamento para reaproveitamento das fibras de papel e do plástico/alumínio.
Além desse, há também a incineração para recuperação de energia. Na incineração, a embalagem cartonada é queimada em incineradores com controle de poluição ambiental. O calor produzido pode ser utilizado para gerar energia elétrica, que é distribuída para a população. Esse processo ocorre em diversos países da Europa e no Japão.
A reciclagem das embalagens cartonadas com reaproveitamento das fibras de papel é feita nas indústrias recicladoras de papel. Nestes locais, as embalagens são misturadas com água em um liquidificador gigante, chamado hidrapulper. As fibras absorvem a água e se separam do alumínio/plástico. Em seguida, as fibras são lavadas e purificadas, sendo aproveitadas para a produção de papel kraft para a confecção de caixas de papelão.
Plástico/Alumínio
A reciclagem do plástico e alumínio, que sobram após o reaproveitamento das fibras de papel, pode ser feita por meio de outros processos industriais:
1-Pelo processamento em indústria com tecnologia a plasma: a nova tecnologia a plasma permite a completa separação das camadas de plástico e alumínio.
O sistema usa energia elétrica para produzir um jato de plasma a 15 mil graus Celsius para aquecer a mistura de plástico e alumínio. Com o processo, o plástico é transformado em parafina e o alumínio, totalmente recuperado em forma de lingotes de alta pureza. Esses lingotes são transformados em novas folhas de alumínio usadas na fabricação de Embalagens Cartonadas e, assim, fecham o ciclo de reciclagem do material. A parafina é vendida para a indústria petroquímica nacional. A aplicação dessa tecnologia para reciclagem de embalagens longa vida é inédita no mundo e 100% brasileira, tendo já despertado o interesse de diversos países europeus.
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2 – Pela prensagem do plástico e alumínio: o composto de plástico/alumínio é picado e prensado a quente, formando chapas semelhantes à madeira, ideais para a produção de móveis e divisórias. Essas chapas podem ser transformadas também em telhas (figura ao lado) utilizadas na construção civil.
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3 – Pelo processamento do plástico/alumínio em indústrias recicladoras de plásticos: o plástico da Embalagem Cartonada é um termoplástico e, portanto, pode ser reaproveitado várias vezes. O alumínio presente no composto não atrapalha o processo final de fabricação de peças por termo-injeção, rotomoldagem ou sopro. Os produtos finais são vassouras e coletores (figuras ao lado), entre outros.
Ano da Publicação: | 2010 |
Fonte: | http://www.culturaambientalnasescolas.com.br/aluno/a-embalagem-e-o-ambiente/embalagens-longa-vida |
Autor: | Rodrigo Imbelloni |
Email do Autor: | rodrigo@web-resol.org |