Engenheiro desenvolve tecnologia alternativa com garrafas PET

Um sistema de lajes nervuradas com garrafas PET foi desenvolvido no Laboratório de Material de Construção dos cursos de Engenharia Civil e Tecnologia da Construção Civil, da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), pelo professor doutor Francisco Carvalho de Arruda Coelho.



O projeto concorreu e ficou em segundo lugar no concurso nacional da Associação Brasileira das Indústrias de PET, na categoria reciclagem. Trata-se de um sistema inédito no mundo. No momento está em fase de execução a primeira experiência, com edificação de uma casa em Sobral.



“De acordo com pesquisas o emprego da garrafa PET como material de enchimento possibilita uma economia superior a 40% sobre o custo de lajes fabricadas com materiais convencionais como blocos cerâmicos”, explica Francisco Carvalho, chamando a atenção, ainda, para o emprego ecologicamente correto deste produto plástico que é jogado principalmente nas ruas.



Ele destaca que no Campus da Cidao, já existem protótipos de lajes nervuradas com garrafas PET. Ele coloca que as lajes nervuradas constituem-se numa evolução natural da laje maciça, o que permite o aumento econômico da espessura total das lajes, criando um padrão rítmico de arranjo, formando um sistema estrutural altamente eficiente, constituído por um conjunto de nervuras dispostas em uma ou duas direções, com espaçamentos regulares entre si. “Propiciam um alívio do peso próprio da estrutura e um aproveitamento mais eficiente do aço e do concreto. A essência da idéia de laje nervurada consiste na utilização de elementos pré-fabricados capazes de suportar o seu peso próprio e as cargas de construção, vencendo vãos delimitados pelas linhas de cimbramento, e no emprego de materiais leves de enchimento no que seria a maior parte da zona tracionada das lajes maciças”.



Francisco Carvalho enfatiza que o processo de fabricação de lajes nervuradas com o emprego de garrafas PET como elemento de enchimento não difere daquele em que se utilizam os materiais convencionais (blocos de cimento, cerâmicos ou Eps). “As vigotas são dispostas e espaçadas conforme projeto estrutural. As garrafas, então, são colocadas entre as nervuras. Segue-se a colocação da malha para controlar a eventual fissuração devido à retração do concreto e, por fim, é feita a concretagem da capa de compressão”. A esta colocação, o professor acrescenta a facilidade de execução, já que a garrafa não sofre nenhum processo de transformação, e a redução do peso total da laje como fatores importantes na hora de avaliar a eficiência deste processo com o objetivo de obter uma solução técnica e economicamente viável.



“As propriedades físicas das garrafas PET, sua capacidade para atender a diversas especificações técnicas, o forte potencial de crescimento da indústria nacional de PET, assim como a necessidade de reciclagem deste material são razões pelas quais deve ser incentivada a sua utilização como elemento componente na fabricação de lajes nervuradas”, concluiu Francisco Carvalho, enfatizando que o Laboratório de Material de Construção da UVA está desenvolvendo atualmente outras linhas de pesquisa, abrangendo a área de reciclagem de resíduos industriais da fábrica Grendene e entulhos de construções incorporando no cimento, com o objetivo de obter economia e melhorar a qualidade das estruturas no que diz respeito à durabilidade e resistência mecânica

Ano da Publicação: 2005
Fonte: www.reciclaveis.com.br
Autor: Rodrigo Imbelloni
Email do Autor: rodrigo@web-resol.org

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