Estatísticas sobre o lixo brasileiro

As estatísticas atuais apresentam o lixo como um dos maiores problemas da sociedade e das cidades modernas. A questão tem início nos hábitos e no modo de vida da população.

O lixo ainda não possui gerenciamento adequado e com isso aparecem inúmeras conseqüências ambientais, sociais e graves problemas de saúde pública. O impacto ambiental resultado do mau gerenciamento do lixo traduz-se:

na contaminação de solos, subsolos e cursos d´água;

enchentes e erosões;

grandes desgastes para a flora e fauna;

poluição.

Dados mundiais do lixo

A produção de resíduos sólidos no mundo chega a 2 milhões de toneladas por dia, 730 milhões de toneladas ao ano.

Ano após ano, a quantidade de resíduos e produtos que se tornam lixo aumenta. Apenas o Japão e a Alemanha diminuem a relação lixo por habitante (Daminelli, 1993).

Estados Unidos geram 230 milhões de toneladas ao ano. Nova York gera 14 mil toneladas diárias, 5.110.000 toneladas ao ano; somados ao Canadá e países ocidentais da Europa, atinge-se 56% do total mundial. A América Latina produz 100 milhões de toneladas ao ano, 13% do total mundial.

Nos países do hemisfério norte (mais ricos), a média é a produção de 1,9 Kg por pessoa; em alguns países o número chega a 2,0 Kg ou mais.

Nos países do hemisfério sul (mais pobres), os números variam de 1,0 Kg por pessoa e podem chegar a 0,3 Kg por dia ou menos.

A condição sócio-econômica é diretamente ligada à produção dos resíduos.

Dados Brasileiros

O Brasil gera cerca de 150.000 toneladas diárias de resíduos (Grimberg, 2005);

Cada indivíduo produz 1,0 Kg de lixo diariamente.

A cidade de São Paulo gera entre 12.000 e 14.000 toneladas diárias de resíduos.

As 13 maiores cidades são responsáveis por 31,9% de todo o lixo urbano brasileiro. O número de crianças nos aterros chega a 45 mil.

A estimativa é de que existam entre 200 mil a 800 mil catadores trabalhando em depósitos a céu aberto ou nas ruas.
Segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico do IBGE, 2000: 125.281 mil toneladas de resíduos são coletadas diariamente, onde 30,5% vão para lixões, 22,3% para aterros controlados e 47,1% vão para aterros sanitários (ampliando em 40% o volume de 1995).

Portanto, no mínimo 52,8% dos resíduos são depositados de forma inadequada uma vez que aterros controlados não são a forma mais segura de depósito final e sua fragilidade expõe facilmente os mesmos problemas dos lixões.

A maior parte dos municípios (3.502), 63,6% destinam os resíduos para lixões.

Os aterros e lixões recebem juntamente os resíduos de diferentes origens: residenciais, hospitalares, industriais e de construção civil. Do total, 2.569 cidades vazam o lixo hospitalar no mesmo aterro dos resíduos urbanos.

Os resíduos perigosos industriais chegam a 2,7 milhões de toneladas ao ano (ABETRE). A maior parte do sul e do sudeste. Apenas 20% têm destinação correta em aterros sanitários e incineraçã.

Os resíduos dos veículos automotores são responsáveis por 85% da poluição atmosférica.

Do total, 15% dos domicílios brasileiros não têm coleta; portanto, 20 mil toneladas diárias aproximadamente são dispersados nas ruas, galerias, cursos d´água (Novaes, 2005).

As cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba em pouco tempo não terão como receber mais os resíduos em seus aterros

Os resíduos orgânicos representam 69% do total descartado no país. São 14 milhões de toneladas de sobras de alimentos segundo o Ministério da Agricultura, por procedimentos inadequados durante a produção, industrialização, armazenagem, transporte e distribuição. Poderiam ser alimentados com as sobras desperdiadas, 19 milhões de pessoas, diariamente.

DESTINAÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS

LIXÃO

Área onde se localiza o depósito, originado pela simples descarga de resíduos sobre o solo sem que se leve em conta os cuidados com o meio ambiente ou saúde pública.

Vazadouros a céu aberto e sem nenhuma medida de controle, os lixões são o destino mais comum dos resíduos brasileiros e acarretam desta forma muitas conseqüências ambientais e de saúde pública:

Escoamento de líquidos formados como o chorume (líquido de cor preta, mau cheiroso e de elevado potencial poluidor produzido pela decomposição da matéria orgânica contida no lixo), que percolados podem contaminar o solo, as águas superficiais e subterrâneas.

O espalhamento de lixo, como papéis e plásticos, pela redondeza, por ação do vento;

proliferação de vetores de doenças (moscas, mosquitos, baratas, ratos etc.), geração de maus odores;

disposição de dejetos originados dos serviços de saúde e das indústrias;

criação de porcos e a existência de catadores (que, muitas vezes, residem no próprio local).

ATERRO CONTROLADO

Técnica que utiliza o método de compor uma camada de material inerte sobre os resíduos sólidos depositados no solo.

De menor impacto, oferece menores riscos à saúde pública.

Pode comprometer as águas subterrâneas e o solo. Na maioria das vezes, não tem tratamento para o chorume ou para o gás.
ATERRO SANITÁRIO

Processo fundamentado em técnicas de engenharia e em normas técnicas que permite o aterramento, com solo, dos resíduos sólidos de forma adequada. A técnica conta com a impermeabilização do solo, com argila e lona plástica para evitar infiltração dos líquidos percolados, no solo. Os líquidos percolados são captados (drenados) através de tubulações e escoados para lagoa de tratamento. Para evitar o excesso de águas de chuva, são colocados tubos ao redor do aterro.Os gases liberados são c aptados e queimados ou ainda utilizados como fonte de energia (aterros energéticos).
INCINERAÇÃO

Processo de decomposição térmica, onde há redução de volume, superior a 90% e de peso, superior a 75%.

Na falta de espaço, uma opção é incinerar os resíduos, diminuindo seu volume drasticamente, para então dispô-los em aterro.

Há a diminuição da periculosidade dos resíduos, com a eliminação da matéria orgânica .

Eficiente do ponto de vista sanitário, portanto as preocupações se voltam para os resultantes poluidores do ar e pela utilização de fornos de custo alto.

Atualmente, o tratamento de gases vem se sofisticando, perseguindo a meta de emissão zero.

No Japão há cerca de 100 modelos diferentes de incineradores, que variam conforme as finalidades e quantidades – as comunidades próximas às instalações costumam participar ativamente das decisões sobre a sua implantação e operação.
COMPOSTAGEM

Processo que permite a deposição de resíduos orgânicos domésticos, como adubo de plantações. Retira o material orgânico do volume produzido de resíduos e melhora a qualidade dos solos para as culturas. A técnica abrange todos os diferentes tipos de matéria orgânica.

BIOGÁS

Ao se decompor, a matéria orgânica presente no lixo gera o biogás, que é constituído basicamente por metano (CH4) e dióxido de carbono (CO2). O metano, combustível nobre obtido após um processo de separação das demais substâncias, pode ser empregado para movimentar motores automotivos ou geradores de energia elétrica

O biogás produzido pelo aterro campineiro tem sido desperdiçado. é queimado em “poços de monitoramento”, como medida de segurança. A queima pura e simples do combustível, como vem sendo feita atualmente, contribui para o aumento da poluição atmosférica e, conseqüentemente, para a ampliação do efeito estufa, fenômeno responsável pelo aquecimento gradual do planeta.

Ano da Publicação: 2014
Fonte: http://www.amon.com.br/pesquisa/reciclagem/lixo2.html
Link/URL: http://www.amon.com.br/pesquisa/reciclagem/lixo2.html
Autor: Rodrigo Imbelloni
Email do Autor: rodrigo@web-resol.org

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