Nos Estados Unidos, Japão, França, Itália, Inglaterra, Alemanha e em outros países, a reciclagem de entulho já se consolidou com centenas de unidades recicladoras instaladas. No Brasil, o reaproveitamento de entulho é restrito, praticamente, à sua utilização como material para aterro e, em muito menor escala, à conservação de estradas de terra.
Porém em alguns municípios observa-se trabalhos importantes:
São Paulo
A prefeitura implantou, em 1991, uma usina de reciclagem com capacidade para 100 ton./hora, produzindo material utilizado como sub-base para pavimentação de vias secundárias, numa experiência pioneira no Hemisfério Sul. E em 1992, a prefeitura utilizou quatro mil blocos de concreto feitos com agregado de entulho para construir um vestiário para funcionários da usina de asfalto da Barra Funda. O resultado pode ser visto ainda hoje. A edificação está em perfeitas condições, sem quaisquer trincas, furos ou desgastes irregulares. Blocos articulados produzidos com o mesmo material ficaram submetidos ao ambiente nocivo da planta por um período de cinco anos sem apresentar desgastes significativos e, ao fim do período, foram utilizados em outra propriedade da prefeitura.
Londrina
Em 1994 foi inaugurada a Central de Moagem de Entulho, instalada pela Autarquia do Meio Ambiente (AMA), numa antiga pedreira da cidade de Londrina no estado do Paraná. De cerca de 400 t/dia de sobras de materiais da indústria da construção civil, cerca de 25 a 30% são reciclados pela central, que produz mais de 100 tijolos/dia. Com a instalação da Central os quase quatro mil pontos de despejos de entulho detectados no município foram praticamente extintos.
Com o material produzido através da reciclagem são fabricados no mesmo local, os blocos, bloquetes e as canaletas de concreto que estão sendo utilizados para a construção de casas populares como parte de um programa da prefeitura em parceria com a COHAB, com o objetivo de reurbanizar as favelas do Município.
Belo Horizonte
Cerca de metade dos resíduos coletados diariamente em Belo Horizonte são entulho da construção civil. Em conseqüência disso a SLU criou e implantou o Projeto da Reciclagem de Entulho, com o objetivo de eliminar pontos clandestinos de descarte, garantir maior vida útil ao Aterro Sanitário, gerar material de construção alternativo a baixo custo para ser utilizado em substituição a materiais convencionais, contar com a participação da população na entrega de entulho nas unidades de recebimento apropriadas e solucionar o problema dos pequenos geradores através da distribuição no município de pontos de entrega voluntária de entulho. Belo Horizonte conta hoje com duas Unidades de Reciclagem de Entulho, localizadas nos bairros Estoril e Pampulha, com capacidade de processamento de 120 a 240 ton./dia, respectivamente (1998).
Riberão Preto
A cidade produz, em média, 900 ton./dia dos quais 25% são operados na Usina de Reciclagem de Entulhos da Construção Civil e o material produzido é utilizado na recuperação de estradas municipais sem pavimentação. O gerenciamento desta usina é feito pelo Dermurb.
Florianópolis
Na grande Florianópolis existe uma associação dos recolhedores de entulho, chamada União Entulhos, situada no município de São José no bairro Forquilhinhas, para onde o entulho recolhido é levado. Lá o entulho é separado em reciclável (vidro, papel, plástico) e rejeitos (madeira, restos de construção, plantas) por pessoas de baixa renda. O material reciclável é levado para uma usina de reciclagem. Os rejeitos como restos de construção e demolição, são utilizados como material de aterro, já a madeira é levada para padarias e similares para servir de combustível para os fornos ou então é catado pela comunidade pobre residente próxima ao local para servir de lenha de fogão.
Ano da Publicação: | 2005 |
Fonte: | www.arq.ufsc.br |
Autor: | Rodrigo Imbelloni |
Email do Autor: | rodrigo@web-resol.org |