Mesmo quem não tem dom para corte e costura pode ajudar na produção das fantasias da escola de samba Vai-Vai, que faz parte do Grupo Especial do Carnaval de São Paulo e este ano tem a reciclagem como tema do desfile.
A agremiação vai usar garrafas de plástico tipo ‘‘pet‘‘, recolhidas na quadra da escola. O material é levado a uma empresa parceira, transformado em fios – daqueles usados como varais de roupa -, enviados para o barracão e usados como adereço de fantasias e carros alegóricos.
“Os carros vão estar todos decorados com garrafas pet”, diz o coordenador de harmonia da Vai-Vai, Edson ‘‘Buiú‘‘. Segundo ele, esse incentivo à reciclagem é o que a escola terá de especial este ano. “Nosso diferencial é nosso grito de alerta. Se não reclamarmos, vamos ficar sem nada”.
Para reforçar o incentivo à reciclagem, a escola vai colocar pela primeira vez na avenida um casal infantil de mestre-sala e porta-bandeira. Cleydson da Silva, de 10 anos, e Ágatha Galdino, de 8 anos, vão se apresentar atrás da Velha Guarda, simbolizando a reciclagem do samba.
Os dois participaram do ensaio técnico no Anhembi. A menina chegou atrasada e, enquanto ela não chegava, Cleydson, desinibido, dançava sozinho, abrindo sorrisos e mostrando animação e talento.
A vida de mestre-sala é dura, afirma Cleydson. “Cansa, não é fácil”. Quando a integrante da harmonia diz que ele tem que continuar sambando na dispersão, após cruzar a avenida, ele se assusta: “Eita! Nós vamos continuar dançando até lá embaixo com a fantasia!”, diz para Ágatha.
O garoto diz que tem dificuldade em acompanhar a rapidez da evolução da escola sem precisar correr, mas revela que é fácil “dançar com leveza e com calma, sem pressa”. “Não sei se é fácil para o Pedro ou para o Reginaldo [o segundo e o primeiro mestre-salas da escola]. Mas para mim, é”.
Fonte: Clarice Sá (G1 – SP)
Ano da Publicação: | 2007 |
Fonte: | www.reciclaveis.com.br |
Autor: | Rodrigo Imbelloni |
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