Humanidade poderá morrer sob bilhões de toneladas de seu próprio lixo

Por Murilo Otávio Rodrigues Paes Leme

O governo do México resolveu fechar o maior aterro de lixo da América Latina, Bordo Poniente, localizado não longe da capital do país. O aterro de lixo tem seu fechamento programado para janeiro de 2009. A área de lixo de aproximadamente 1.000 hectares tornou-se, há muito tempo, alvo de ativistas ambientalistas locais. A extinção do aterro marcará o fim da longa luta deles.

Ninguém no mundo sabe o que deverá ser feito de dezenas de milhares de toneladas de lixo que aparecem todo dia. Se a espécie humana não descobrir algum método ou processo revolucionário para processar o próprio lixo, as conseqüências serão sentidas nos próximos anos. Não menos de 60 milhões de toneladas de lixo doméstico foram despejados em Bordo Poniente no decorrer dos 13 anos de sua existência.

O aterro gigantesco fica em segundo lugar, atrás apenas da mal-afamada Sopa de Plástico no Oceano Pacífico – o despejo flutuante de até 100 milhões de toneladas de lixo que ocupa cerca de um milhão de quilômetros quadrados.

Os ecologistas dizem que o aterro mexicano exerce enorme influência no ambiente. Especialmente no que diz respeito a precipitação – a profundidade pode atingir 13 metros em alguns lugares. Em decorrência, produtos líquidos da decomposição penetram nas águas subterrâneas, tornando-as absolutamente imprestáveis.

Tais aterros são perigosos por diversos motivos. Envenenam as águas subterrâneas e criam ninhos de matéria decomposta, onde o metano, com freqüência, provoca fortes incêndios, muito difíceis de apagar.

A fumaça venenosa emitida como resultado da combustão a céu aberto do lixo tem influência muito deletéria na saúde das pessoas. Para tornar as coisas piores, os aterros geram centenas de germes extremamente perigosos.

A comunidade internacional não tem nenhuma forma de resolver o problema da reciclagem. A maioria das pessoas que produzem dezenas de quilos de lixo por dia sinceramente acredita que seu lixo desaparece imediatamente depois de elas jogarem um saco de lixo numa lata.

Uma pessoa produz, em média, não menos de 350 quilos de lixo por ano. Dez por cento dessa quantidade serão queimados, oitenta por cento serão enterrados, e os dez por cento restantes serão deixados na superfície do solo. A humanidade joga fora até 2,1 trilhões de toneladas de lixo por ano. Essa cifra continua a aumentar todo ano.

Especialistas dizem que o problema do lixo é tão sério quanto o problema do aquecimento global ou das armas nucleares.

O supervisor do programa de tóxicos do Greenpeace na Rússia, Aleksey Kiselev, disse que o problema do lixo na Rússia é muito sério.

“Até 97 % do lixo são enterrados, e 3% são queimados. Essa abordagem está errada, para falar de maneira branda. A Rússia dispõe tanto de recursos tecnológicos quanto de meios financeiros para resolver os problemas relacionados com a reciclagem. Os políticos russos precisam entender a importância desse problema para tentar resolvê-lo,” disse ele à RBC Daily.

Fonte: PRAVDA.Ru
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Ano da Publicação: 2011
Fonte: http://www.agsolve.com.br/noticia.php?cod=1288
Autor: Rodrigo Imbelloni
Email do Autor: rodrigo@web-resol.org

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