Curitiba, que já foi pioneira na separação e coleta do lixo reciclável, agora está partindo para o beneficiamento industrial de resíduos de isopor (marca registrada para o EPS), ou Poliestireno Expandido. Em um barracão instalado no “Linhão do Emprego”, foi montada uma usina que fabrica concreto leve com a utilização do isopor coletado pelos caminhões do programa Lixo que não é lixo. O projeto está sendo desenvolvido pela Prefeitura Municipal, em parceria com a Associação Brasileira do Poliestireno Expandido (Abrapex).
A iniciativa, segundo o prefeito Cassio Taniguchi, “prevê transformar lixo em matéria-prima, garantindo a geração de empregos e o aumento da vida útil do aterro sanitário”.
A idéia do projeto é aproveitar o isopor para substituir a pedra britada na fabricação de concreto leve (mistura de cimento, areia, cola e isopor). O concreto leve fabricado com o EPS pode ser aplicado na regularização de lajes, em painéis, pré-fabricados (lajotas, blocos vazados, pilares para muros), bancos para ambientes externos, base para montagem de sofás, balcões, camas e quadras de esporte.
O concreto leve que será fabricado em Curitiba, vai utilizar o isopor moído no lugar da pedra britada. Misturado com cimento e areia, o isopor deixa o concreto com baixa densidade.
Toda parte da construção convencional que não exige materiais de alta resistência pode ser feita com esse concreto, além de pré-moldados que não sejam estruturais.
Como todo o isopor utilizado na usina será proveniente do lixo, o concreto feito com esse material terá um custo mais baixo que as argamassas e concretos normalmente utilizados.
Nesta primeira etapa, o barracão conta com três produtos na linha de produção: lajotas, bancos e painéis. A capacidade de produção é de 800 quilos de concreto leve por dia, em um turno de trabalho.
“A idéia é ter um produto vendável e com boa aceitação no mercado. Conforme a demanda, também vamos trabalhar com encomendas de outros produtos como tijolos, lixeiras e pilares para muros”, explica o gerente da Usina de Valorização de Rejeitos de Campo Magro (município da Região Metropolitana de Curitiba), Marcelo Gomes Ferreira. Os produtos vão ser comercializados para pessoas físicas ou empresas e a renda será destinada para o Instituto Pró-Cidadania e aplicada em ações sociais.
Além da fabricação de produtos, a usina vai desenvolver um projeto com o Horto Municipal para aproveitar o isopor no processo de compostagem. “O isopor moído também pode ser aproveitado na aeração de solo em parques e jardins, já que facilita a retenção de umidade e mantém a temperatura do solo”, comenta Ferreira.
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A Associação quer ampliar o projeto
para outras cidades brasileiras
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A usina vai gerar 5 empregos diretos na primeira fase, com um turno de trabalho, e o número de funcionários poderá ser ampliado conforme a demanda de mercado.
“Assim que essa tecnologia for aprovada, queremos repassá-la para pequenos empreendedores, que poderão montar `filiais‘‘ da usina para a fabricação de concreto leve”, disse a presidente do Instituto Pró-Cidadania de Curitiba, Marina Taniguchi. Segundo ela, o projeto também prevê a parceria com os carrinheiros na coleta e distribuição do isopor. “Com o envolvimento da população menos favorecida, vamos aliar o desenvolvimento da tecnologia a uma obra social”, comenta ela.
A Abrapex está fornecendo todos os equipamentos necessários (como moinho, peneira, silo e betoneira) e colocou à disposição técnicos e informações sobre a confecção de materiais utilizando essa técnica construtiva. A partir da experiência de Curitiba, a associação quer ampliar o projeto para outras cidades brasileiras – já há estudos nas c
Ano da Publicação: | 2007 |
Fonte: | http://www.cidadesdobrasil.com.br/cgi-cn/news.cgi?cl=099105100097100101098114&arecod=12&newcod=436 |
Autor: | Rodrigo Imbelloni |
Email do Autor: | rodrigo@web-resol.org |