O crescente volume de lixo digital, como celulares, computadores e televisores descartados pelos consumidores, está movimentando um novo negócio no Brasil. São fábricas que desconstroem equipamentos para recolocar as matérias primas no processo industrial, a chamada manufatura reversa.
O segmento começa a ser visto como promissor. Vários Estados, como São Paulo, estão criando leis que obrigam os fabricantes a darem destino correto aos eletroeletrônicos ao fim de sua vida útil.
Por ser ainda incipiente, não existem estatísticas precisas sobre o quanto essa indústria movimenta. Mas ela difere dos sucateiros de fundo de quintal, que desmontam equipamentos para retirar apenas os metais preciosos, como ouro e prata, presentes nas placas de computadores.
As empresas que estão se estabelecendo nesse mercado oferecem um serviço especializado e em conformidade com leis ambientais. Não competem com os catadores das ruas diz Diógenes Del Bel, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Tratamento de Resíduos (Abetre), entidade que reúne algumas dessas companhias.
A desmontagem dos equipamentos visa aproveitar as matérias primas. Componentes como metais e plásticos são separados e vendidos à indústria, por preços que variam conforme o mercado. Mas o Brasil ainda não tem parque tecnológico para recuperar baterias de celulares e placas de computadores, que são enviados para países como China, Japão, Estados Unidos e Alemanha para serem totalmente reaproveitados. Este ano, o país deve vender 12 milhões de computadores, 47 milhões de celulares e 9 milhões de televisores, segundo estimativas da indústria. É difícil calcular o tempo de obsolescência dos equipamentos, mas a iminência de uma lei nacional que obrigue os fabricantes a dar destino à sucata já traz boas perspectivas para as empresas.
A Oxil, empresa de manufatura reversa com sede em Paulínia (SP) e filial em Salvador, já sente o aumento da demanda.
O número de equipamentos recolhidos mais que dobrou do ano passado para cá diz Akiko Ribeiro, diretora executiva da Oxil.
São recolhidos por mês 40 toneladas de equipamentos eletrônicos e 4 mil geladeiras. Para dar conta da demanda, a empresa precisou ampliar em seis vezes o quadro de funcionários: passou de 10 empregados, há um ano, para cerca de 60.
Fabricantes de informática, como a Itautec, também estão de olho nesse mercado. Segundo João Carlos Redondo, gerente de sustentabilidade da Itautec, este ano a demanda por reciclagem tem sido maior que em 2008.
fonte: www.clicrbs.com.br
Ano da Publicação: | 2009 |
Fonte: | http://www.setorreciclagem.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=903 |
Autor: | Rodrigo Imbelloni |
Email do Autor: | rodrigo@web-resol.org |