LIXO ESPACIAL 3

O estágio do foguete russo que caiu na Bahia e o satélite italiano de experimentos com raio X, BeppoSax, que se desintegrou sobre o Pacífico, não são exceções. Eles são parte de uma rotina de 3 a 4 artefatos espaciais que mensalmente entram na atmosfera terrestre e atingem a superfície. No início da noite de 30 de abril, por exemplo, caiu também um estágio do foguete francês Ariadne 3, na zona equatorial, e até o fim do ano outros 20 devem se transformar em bolas de fogo e riscar os céus à semelhança dos meteoros.

Todos estes objetos integraram foguetes, satélites ou plataformas espaciais e, depois de se tornarem inativos, permaneceram em órbita, como lixo espacial. Eles se mantêm em órbita até perderem velocidade e serem atraídos pela gravidade da Terra. Quando entram na atmosfera, ficam incandescentes e, em geral, se desintegram, em razão do atrito com o ar.

Monitorados
Alguns objetos podem atingir 400 km/h durante a queda e chegar a mil graus. Estima-se que existam, atualmente, cerca de 200 mil fragmentos girando em torno da Terra, dos mais variados tamanhos: de luvas de astronautas ou chaves de fenda, perdidas durante consertos espaciais, a engradados de alimentos ou pedaços de aparelhos obsoletos colocados para fora da estação Mir, até a própria estrutura da Mir, que pesava 120 toneladas e entrou na atmosfera de forma controlada, em março de 2001, caindo no Atlântico Sul.

Os 10 mil objetos maiores são permanentemente monitorados e, quando estão na iminência de cair, têm sua trajetória estimada e às vezes corrigida, direcionada para os oceanos ou zonas pouco povoadas. O monitoramento é feito principalmente pelos militares norte-americanos e russos, responsáveis pela maior parte do lixo de grande porte circulando em órbita. Quando há chance de os continentes serem atingidos, as autoridades das possíveis zonas de impacto são alertadas.

Ônibus espaciais são alertados
O maior congestionamento está acima dos 600 quilômetros de altura, embora a faixa onde circulam os ônibus espaciais, entre 300 e 600 km, também precise ser observada sempre que há astronautas em órbita. Diversas vezes, os ônibus espaciais são instruídos a ganhar ou perder altura para desviar do lixo. Um pequeno fragmento em órbita pode estar viajando a velocidade impressionante, em torno de 28 mil km/h, sendo capaz de rasgar uma espaçonave ou satélite como papel.

Há vários casos de satélites atingidos que ficaram parcial ou totalmente inutilizados com a colisão. O excesso de lixo espacial chega a atrapalhar estudos astronômicos, ao causar interferências em fotografias científicas de longa exposição, conforme relata o astrônomo Júlio Lobo, do Observatório de Capricórnio, em Campinas (SP). Quando caem, costumam ser confundidos com meteoros. “Mas se há uma filmagem, como a do estágio do foguete russo no último fim de semana, é fácil distinguir um objeto artificial de um meteoro”, comenta. Segundo Lobo, os meteoros geralmente caem como um pedaço único com um rastro incandescente menor. Os objetos artificiais logo se fragmentam em várias partes, cada uma com um rastro, chegando à superfície como uma chuva de pequenos pedaços. Há casos, ainda, de objetos que ricocheteiam na atmosfera antes de serem irremediavelmente atraídos pela gravidade, aparecendo como bolas de fogo de estranhas trajetórias, erroneamente identificadas como óvinis.

A maioria dos grandes fragmentos que chegam à superfície sem se desintegrar não oferece risco maior do que o impacto da queda. Mas há uma minoria que merece atenção redobrada: os tanques de combustíveis. Costumam ser esferas de material muito resistente e atravessam a atmosfera intactos. Se levam o combustível mais comum dos foguetes – a hidrazina -, o risco de contaminação é baixo.

Conforme explica o engenheiro Carlos Santana, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), responsável pela montagem dos primeiros satélites brasileiros, “resta muito pouca hidrazina depois de o objeto atravessar a atmosfera, e os resíduos, embora tóxicos, são neutralizados com água”. O problema é com o combustível de algumas dezenas de satélites espiões russos e norte-americanos, que é nuclear (plutônio), assim como o de alguns estágios de propulsão de satélites ou sondas para as chamadas pesquisas de deep space, ou seja, naves com destinos longínquos, que precisam ser impulsionadas no meio do caminho.

Tanques de combustíve is nucleares já caíram em terra, como foi o caso de um satélite espião russo que atingiu o Canadá. “E há ainda o risco de contaminação de detritos de baterias, que contêm diversos tipos de ácidos”, acrescenta Santana. (LJ)

Pedaços já caíram no Brasil
Carlos Santana, do Inpe, lembra que há uma resolução das Nações Unidas recomendando que todos os satélites artificiais tenham uma reserva de combustível para alterações de trajetória, caso ameacem cair em zonas povoadas, assim como comandos que permitam desligar suas funções em caso de interferência com as comunicações. “Mas são resoluções não-mandatórias e nem todos as acatam”, diz.

Embora a probabilidade seja baixíssima, alguns pedaços acabam atingindo casas e pessoas. Um caso que desafia as estatísticas ocorreu em 1969, quando um fragmento de 30 centímetros do foguete norte-americano Saturno, usado no lançamento da Apolo 11, atingiu um barco alemão em alto-mar. Em 1997, pedaços do foguete Delta 2 se espalharam entre o Texas e Oklahoma, nos Estados Unidos, e um fragmento de isolante térmico atingiu uma mulher na cidade de Turley, sem causar ferimentos graves. No ano passado, uma esfera de titânio do foguete francês Ariadne 3 caiu sobre uma casa em Kasambya, na Uganda.

No Brasil, já caíram diversos destes pedaços grandes. Entre os mais famosos estão: uma esfera de combustível (hélio) de um foguete Saturno, com 1 metro de diâmetro, que caiu na costa Norte e foi recuperada por pescadores, e placas de metal de 10 a 12 cm, que atingiram o rio Negro, no Amazonas, ambos em 1966. E os fragmentos de um satélite chinês recuperado em Itapira, interior de São Paulo, em 1995. (LJ)

Fonte: an.uol.com.br

LIXO ESPACIAL
Em vista da crescente conscientização das questões ambientais, o meio ambiente acabou sendo dividido em : meio ambiente físico, meio ambiente natural, meio ambiente cultural e meio ambiente do trabalho.

E o meio ambiente fora da Terra, ou seja o ambiente estelar? Pode ser objeto de classificação neste sentido?

A resposta é afirmativa, pois o ambiente extraterrestre ou espacial tem relação direta com o ambiente dos corpos celestes como os planetas, pois o desequilíbrio do ambiente espacial trará conseqüências desastrosas à vida na Terra.

Evidentemente as forças que regem os astros estão fora de controle do ser humano, mas em se tratando de ambiente espacial próximo a Terra, o ser humano pode ter responsabilidade por alguns danos, já que com o aumento da exploração espacial já há muito “lixo espacial” girando ao redor do nosso planeta, colocando em risco nossas cidades e mesmos áreas rurais e naturais, pois a queda de um destes artefatos pode causar danos as nossas cidades e/ou as pessoas ou animais que entrem em contato com eles em vista da radioatividade que pode existir em alguns casos. Inclusive já está havendo preocupação da NASA e do Escritório da ONU para Assuntos do Espaço Exterior com os detritos espaciais, mais exatamente o lixo espacial, que pode colocar em risco as naves e satélites artificiais, devido a possíveis colisões.

Na verdade já está havendo uma crescente preocupação com a forma com que estamos explorando o espaço, percebendo que o lixo que deixamos em nossas explorações pode vir a ser perigoso.

Dessa forma, entendemos que a questão do ambiente espacial deve começar a ser pensado, como um problema ambiental.

Assim, o conceito de meio ambiente espacial, sua importância e necessidade de preservá-lo, já é uma questão presente e de importância, merecedora de atenção dos países, principalmente aqueles que têm investido e o explorado.

Exploração espacial
As explorações espaciais já remontam algumas décadas e se iniciaram com o envio das sondas espaciais, que não eram tripuladas, posteriormente surgiram as estações espaciais.

As sondas eram enviadas por foguetes que acabavam deixando muito lixo espacial, já que apenas alguns pedaços das naves eram recuperadas. Depois surgiram os vôos tripulados.

Sondas espaciais: naves não tripuladas que têm como objetivo fazer estudos e experimentações científicas, sendo que a grande maioria delas acaba não voltando à terra, perdendo-se no espaço após cumprir sua missão.

Satélites artificiais: são artefatos espaciais de grande tecnologia utilizados para comunicação, previsões climáticas, entre outros. Ficam girando ao redor da Terra ou são estacionários a grande altura. Muitos podem ser vistos sem auxílio de telescópios, principalmente a noite, quando passam brilhando como uma estrela.

Estações espaciais: são enormes naves espaciais que ficam permanentemente no espaço e são utilizadas por astronautas que são enviados a elas pelos ônibus espaciais. São grandes laboratórios de pesquisa científica, pois coletam inúmeras informações e remetem à base na terra.

A estação espacial Skilab, a primeira lançada pelos EUA, ficando seis anos em órbita e a estação espacial russa Mir, ficou 15 anos.

Ônibus espaciais: veículo espacial que tem como finalidade transportar astronautas e equipamentos científicos para viagens espaciais, bem como para levar e trazer astronautas às estações espaciais. Estes veículos diferem dos demais, pois ao voltar à terra aterrizam da mesma forma que um avião, sendo assim reutilizados para novas viagens, podendo chegar ao total de 100 viagens.

Tratados e Convenções principais
– “Tratado do espaço cósmico” adotado pela ONU em 19.12.66, que entrou em vigor em 10.10.67, foi aprovado pelo Brasil pelo Dec.Leg. 41, de 02.10.68 e promulgado pelo Dec.64.362, de 17.04.69 (DO,22.4.69);

– Convenção sobre responsabilidade Internacional por Danos Causados por Objetos Espaciais, de 20.3.72, que estabelece a responsabilidade objetiva em casos de danos por acidentes no espaço. Isto está criado campo para o surgimento de um novo ramo.

Curiosidades sobre o tema
– Em 1961, o russo Yuri Gagarin foi o primeiro homem a ser lançado em órbita da Terra.

– Em 20.7.69, a nave Apollo-11 chega a lua e Neil Armstrong e Edwin Aldrin descem e caminham na superfície da Lua, em uma das maiores conquistas da humanidade. Os fatos foram televisionados para quase todos os países do mundo.

– Desde 1998 está sendo construída a Estação Espacial Internacional (ISS), que está prevista para 2006, projeto desenvolvido por 16 países.

– Sondas espaciais estão a caminho e/ou visitando alguns planetas de nosso sistema solar, fornecendo imensuráveis informações.

– 2.003: A sonda espacial WMA- Wikinson Microwar Anisotropy Probe, que está em órbita a um milhão e meio de quilômetros da Terra e que tem como missão mapear o Universo, obteve fotos que mostram ter o Universo cerca de 13.700 milhões de anos.

Principais acidentes com naves espaciais:
– 1967 : a nave Apollo-1 pega fogo. Morrem os três astronautas;

– 1967: a nave espacial Soyuz-1, ao voltar a terra os para-quedas não funcionam. Morre seu único astronauta.

– 1970: devido a explosão em um tanque de combustível a nave Apollo-13, teve que voltar à terra. Os astronautas voltam ilesos.

– 1986: Morrem os sete tripulantes da nave espacial Challenger que explodiu pouco depois de seu lançamento.

– 2003: o ônibus espacial Columbia explodiu quando voltava para a terra, matando seus tripulantes.

Fonte: www.aultimaarcadenoe.com

Ano da Publicação: 2011
Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/meio-ambiente-reciclagem/lixo-espacial-1.php
Link/URL: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/meio-ambiente-reciclagem/lixo-espacial-1.php
Autor: Rodrigo Imbelloni
Email do Autor: rodrigo@web-resol.org

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