A atividade hospitalar, por si só, gera uma quantidade considerável de resíduos. Em muitos hospitais de grande porte o lixo acumulado no dia-a-dia é maior do que o coletado em cidades inteiras. Essa “montanha” de resíduos hospitalares é comumente chamada de “lixo hospitalar” e se constitui em um sério problema para os administradores das casas de saúde. O principal deles é a falta de informação sobre qual o procedimento adequado no trato dos resíduos, fato que gera dúvidas e desconfianças entre seus funcionários, pacientes e a comunidade.
Não é raro atribuírem a culpa de infecções e outras mazelas ao lixo produzido nos hospitais. O lixo hospitalar é representado por todos aqueles oriundos de estabelecimentos que atuam na área da saúde e não oferecem nenhum tipo de risco diferente dos demais resíduos produzidos pela população em suas residências ou locais de trabalho. Conforme Magali Rodrigues Camargo, coordenadora do Departamento de Higiene Ambiental do Hospital Universitário Evangélico do Paraná, em um hospital, que é o estabelecimento de maior complexidade, estudos indicam que apenas 10% desses resíduos apresentam riscos biológicos. Esse percentual que não pode ser reaproveitado é que necessita de destinação e tratamento adequado. “Os demais não oferecem qualquer tipo de risco”, garante.
Obrigação de todos
Os hospitais, os laboratórios e as clínicas, teoricamente, são os maiores produtores de resíduos de saúde, mas, de acordo com os estudos, se houver um processo de gerenciamento interno, como prevê a legislação, isso é, a segregação adequada do lixo na sua fonte originadora, os resíduos infectantes terão o correto destino, sem maiores implicações. Esse controle também evita que o excesso de zelo faça com que sejam gastas quantias significativas para descartar os resíduos.
Segundo Magali Camargo, é importante também destacar que a atenção dispensada ao manuseio dos resíduos deve fazer parte da rotina de todos os colaboradores do hospital. No Evangélico, assim como em outros hospitais de grande porte, as normas definidas pelas comissões de controle de infecções exigem que a separação do material seja feita no local de origem, não devendo nunca ser admitida separação posterior.
Conforme a coordenadora, cabe aos responsáveis pelo setor, reconhecer as fontes geradoras dos resíduos e impor rotinas para seleção, coleta e transporte dos resíduos hospitalares, classificando-os conforme as normas técnicas que foram estabelecidas e a legislação vigente que contemplam a periculosidade, o volume e as condições de reciclagem do material.
Tipos de lixo que o hospital produz
Resíduos infecciosos – Material proveniente de isolamentos, sangue humano e derivados, material patológico, materiais perfurantes ou cortantes e resíduos de tratamentos, como gaze, drenos, sondas e absorventes, entre outros.
Resíduos especiais – Material radioativo, farmacêutico e químico.
Resíduos gerais ou comuns – Materiais provenientes das áreas administrativas, resíduos alimentares, sucatas e embalagens reaproveitáveis
Ano da Publicação: | 2005 |
Fonte: | www.abrelpe.com.br |
Autor: | Rodrigo Imbelloni |
Email do Autor: | rodrigo@web-resol.org |