Lixo – Menos é mais

Ecologistas pregam menos consumo como forma de salvar o planeta



Se soubesse que a humanidade consome muito mais do que o planeta consegue renovar, você estaria disposto a mudar alguns hábitos de compra? Pois pode se preparar para rever muitos conceitos. Apesar dos vários bolsões de miséria espalhados em muitos países, a população mundial consome de 20% a 30% a mais do que a Terra pode suportar. Se todos consumissem como os norte-americanos, seriam necessários mais quatro planetas iguais a este para garantir o básico para a sobrevivência, como alimentos, água e energia. A informação está no site do Instituto Akatu, uma Organização Não-Governamental (ONG) brasileira que defende e divulga a idéia do consumo consciente como uma forma de diminuir o impacto negativo que uma sociedade altamente consumista causa ao meio ambiente.

O homem desperdiça água, energia, alimentos e não dá uma destinação adequada para o lixo que gera a todo momento. Diariamente, em todo o Brasil, toneladas de resíduos são descartadas nos aterros sanitários e lixões a céu aberto. Os paranaenses produzem, diariamente, segundo a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, 20 mil toneladas de lixo, sendo 8 mil toneladas de material potencialmente reciclável.

O problema é que grande parte das pessoas não se preocupa ou não tem o hábito de separar o lixo comum do reciclável e muitos municípios ainda não implantaram um programa de coleta seletiva.

Em Curitiba, onde a coleta seletiva foi implantada há 15 anos, 70% da população participam ativamente do programa, fazendo com que 25% do total de resíduos produzidos sejam reciclados (veja texto nesta página). A meta da Secretaria Municipal do Meio Ambiente é elevar esse índice para 40% em dois anos, diz a superintendente de Controle Ambiental da Prefeitura de Curitiba, Dayse Cristina Senna.

Um dos fatores que pode ajudar a capital a alcançar essa meta é a concretização de um programa que está sendo implantado no Paraná pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente. Trata-se do Plano de Gestão de Resíduos (PGR), que deverá ser apresentado pelos grandes geradores de lixo, como shoppings, supermercados, empresas. O coordenador estadual de Resíduos Sólidos da Sema, Laerty Dudas, explica que o plano vai detalhar quantidade e tipo de resíduos gerados na empresa e a destinação para esse material. Segundo o coordenador, não há um prazo limite para a conclusão do PGR, mas os trabalhos estão em andamento. ‘‘‘‘Lixo é uma questão educacional. Todo mundo tem que fazer a sua parte.‘‘‘‘

‘‘‘‘Os nossos avós davam um banho de ecologia. Eles levavam a própria sacola para o mercado na hora de fazer compra e não vinham cheios de sacolas de plástico (que acaba gerando mais lixo)‘‘‘‘, comenta Dudas.

Tornar-se um consumidor consciente, segundo ele, envolve ações simples. Se um comprimido que se compra na farmácia já vem embalado, do laboratório, não é preciso pedir para o balconista colocá-lo em um envelope de papel. ‘‘‘‘Você não vai fazer nada com isso (envelope). Só vai gerar mais lixo‘‘‘‘, ensina o coordenador da Secretaria de Estado do Meio Ambiente.

Ao se hospedar em um hotel, o consumidor consciente não muda os hábitos diários. ‘‘‘‘Se em casa a gente não troca de toalha e nem de lençol todos os dias, não precisa fazer isso em um hotel‘‘‘‘, comenta Dudas. ‘‘‘‘Isso seria um desperdício de água.‘‘‘‘http:/>

Ano da Publicação: 2004
Fonte: ABRELPE
Autor: Rodrigo Imbelloni
Email do Autor: rodrigo@web-resol.org

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