Lixo: todos produzem, todos cuidam

Eis mais um grande desafio! A Política Nacional de Resíduos Sólidos, já em vigor, estabelece a responsabilidade de todos por tudo que consumimos e descartamos. Isso quer dizer que as empresas terão de fabricar produtos que deixem menos resíduos e que sejam mais recicláveis. O consumidor está proibido de queimar lixo a céu aberto ou jogá-lo em ruas, praias e rios. E, no caso de alguns produtos, terá que devolvê-lo ao fabricante, para que este os recicle.

Afonso Capelas Jr. – – Edição: Mônica Nunes
Planeta Sustentável – Junho de 2011*

Agora somos todos responsáveis pelo descarte de resíduos no país. Tanto quem produz, como quem consome. Por isso, é cada vez mais vital que estejamos bem informados, não só sobre detalhes da nova lei, como, também, sobre como descartar qualquer produto, de forma correta. E mais: com a consciência de que é preciso consumir cada vez menos.

– Computadores e outros eletrônicos encostados em casa podem ser doados a empresas e projetos que recuperam e doam esses equipamentos para escolas. Material sem recuperação segue para a reciclagem.

– Lâmpadas fluorescentes contêm mercúrio, um metal pesado, e por isso devem ser enviadas para reciclagem específica. As incandescentes, halógenas e de sódio de baixa pressão podem ser recicladas normalmente, mesmo quebradas.

NÃO RECICLÁVEIS
Você sabe que alguns materiais e produtos não podem ser reciclados de jeito nenhum? Neste caso, o único destino possível é o aterro sanitário ou o lixão.” Mas claro que tudo depende do local onde você mora. Há lugares no Brasil que pouco reciclam e outros nos quais a coleta está bem avançada. Portanto, informe-se com a prefeitura e as cooperativas sobre as possibilidades de sua região e separe o lixo de acordo com essa orientação”, explica Patrícia Blauth, da ONG Menos Lixo. Se tiver disposição, que tal ampliar essas possibilidades e iniciar uma campanha de conscientização em seu bairro ou na sua cidade? Abaixo, indicamos o que geralmente não dá para reciclar:
PAPÉIS
– papéis com muita cola, como adesivos tipo “post-it”, etiquetas, fitas crepe e “durex”. A consultora da Menos Lixo explica: “Um envelope com etiqueta e selo é aceito; embora a dica educativa a ser dada é pela simplificação: envelopes sem janela de celofane”;
– papel carbono, celofane e manteiga;
– guardanapos, papel toalha e papeis higiênicos usados;
– papéis metalizados, parafinados e plastificados;
– fotografias;
– recibos de cartão de crédito e débito. Por isso, é mais legal recusar a sua cópia.
PLÁSTICOS
– filmes plásticos que embalam objetos e alimentos, limpos ou usados;
– cabos de panela;
– isopor, mas algumas cooperativas aceitam o de embalagens de eletrodomésticos, apenas;
– teclados de computador;
– acrílicos;
– esponjas e espumas, como as usadas em travesseiros, colchões e almofadas;
– sacolas e sacos plásticos sujos, mas checar com prefeituras e cooperativos se os limpos podem ser reciclados.
VIDROS
– espelhos;
– cristais;
– vidros temperados;
– ampolas de medicamentos
– artigos feitos com fibra de vidro, que é usada na fabricação de cestos de lixo, baús de motos, barcos etc;
– lentes de óculos.
OUTROS
– cerâmicas, louças e porcelanas;
– tecidos naturais e sintéticos tipo TNT, Perfex e Tyvek;
– cotonetes, fraldas e absorventes, limpos ou usados;
– cortiças: painéis ou rolhas de bebidas;
– peças de couro como sapatos, cintos e bolsas, entre outros;
– peças de fibras vegetais como vime, palha, etc.
– blisters (cartelas de remédio) e remédios podem ser entregues em farmácias que promovem essa coleta;
– pilhas e baterias devem ser descartadas em pontos de coleta especializados
– seringas, algodões e gazes usados.

PLÁSTICO NO MAR
Um dos grandes problemas das sacolas plásticas no mundo é que cerca de 0,5 % delas acaba em rios, lagos e oceanos. Parece pouco, mas são quase 90 milhões de sacolinhas ao ano que chegam aos mares do mundo, muitas vezes em forma de fragmentos. Além de formar uma fina camada de lixo plástico na água, são ingeridos por animais marinhos, que acabam morrendo.

A jornalista Liana John – que você certamente já conhece do blog Biodiversa – viajou com cientistas para acompanhar suas pesquisas sobre o lixo plástico acumulado no Oceano Atlântico. A viagem foi relatada por ela, quase diariamente, em um mapa que destacamos em reportagem publicada aqui no site. Compreenda a influência das correntes oceânicas e da temperatura sobre a trajetória desses resíduos com o infográfico animado A viagem do lixo, criado pela revista National Geographic Brasil com base na experiência de Liana, que também está relatada na reportagem Mar Plastificado.

Para saber mais, leia também: Por que reduzir as sacolas plásticas?, Excesso de sacolas plásticas causam grandes danos, Praga moderna e A saga da sacolinha rumo ao oceano.

– Na hora de ir às compras, leve sua própria sacola retornável, como as de pano ou de plástico durável. Ou use caixas de papelão; há supermercados que as oferecem de graça.

– Você tem sacolas retornáveis em excesso em casa? Deixe algumas no carro, na bolsa ou no trabalho. Assim, você não tem aquela “desculpa” de ter esquecido de levar sua ecobag.

– Sacolas biodegradáveis e oxibiodegradáveis são alternativas às de plástico comum. Prefira as primeiras, feitas à base de vegetais, como batata e mandioca, que podem ser descartadas com o lixo orgânico. As oxibiodegradáveis se fragmentam em pequenos pedaços, mas não há comprovação de que desapareçam totalmente do ambiente, e ainda podem contaminam o solo. (Para saber mais, leia também: O plástico ficou ecológico e O plástico oxibiodegradável é uma boa opção?)

– Leve sua própria caneca, squeeze ou garrafa térmica de casa para a escola, o trabalho… Assim, você ajuda a evitar que copos de plástico e garrafinhas PET se acumulem no local de trabalho.

Ano da Publicação: 2012
Fonte: Planeta Sustentável
Link/URL: http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/lixo/lixo-todos-produzem-todos-cuidam-633665.shtml?func=1&pag=1&fnt=9pt
Autor: Rodrigo Imbelloni
Email do Autor: rodrigo@web-resol.org

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