O carnaval das latinhas

Catadores de materiais recicláveis do Distrito Federal se espalharam por todos os pontos de carnaval de rua da cidade, em busca de um precioso tesouro: a latinha de alumínio. Apesar do negócio já ter sido bem mais lucrativo, ainda há quem passa o dia todo em busca das latas na expectativa de um dinheiro extra. O quilo que já chegou a custar até R$ 4, e hoje não passa de R$ 1,80.

Para conseguir um quilo do alumínio é necessário recolher cerca de 70 latas de bebidas, uma tarefa árdua para quem vai atrás do trio. Ainda assim, essa foi a forma encontrada por inúmeras pessoas para conseguir uma fonte de renda extra durante a folia. Além de tirarem seu “trocado”, os catadores ajudam na limpeza dos pontos de festa no DF como o Ceilambódramo, a concentração e percurso do Pacotão e a Baratona. Onde há foliões com latinhas, lá estão os catadores.

Cada catador chega a recolher, em média, cinco quilos de latinhas por dia, sendo que em épocas como o carnaval essa quantia pode se multiplicar. O quilo pode ser vendido a R$ 1,50 nas cidades satélites e até R$ 1,80 no Plano Piloto.

Segundo a Associação Brasileira de Alumínio, a atividade é exercida principalmente por crianças e idosos. A indústria de reciclagem ganha força nas ruas, sobretudo em épocas como o carnaval.
O exército de catadores é eclético, já que não há restrição de idade, escolaridade nem habilidade física. O que importa é a disposição de passar horas a fio catando as latinhas. O melhor horário, requer ainda mais disposição dos catadores, que é pela madrugada.

Ainda segundo a Associação Brasileira de Alumínio, o Brasil é o campeão mundial de reciclagem de latas de alumínio. Cerca de 90% da produção é reaproveitada, o que representa 8,2 bilhões de latinhas reutilizadas. Além de contribuir para a preservação do meio ambiente, a reciclagem é uma importante fonte de renda para milhares de catadores em todo o País.
A organização é fundamental para os bons resultados. O DF tem 12 associações de coleta seletiva organizadas (veja box). As mais bem-sucedidas chegam a recolher 400 quilos do metal por mês.

O lucro do alumínio
Atualmente catar latinhas não é mais um trabalho lucrativo. Com a queda do dólar nos últimos anos, o preço das commodites metálicas também caiu. O preço do quilo das latinhas que no ano retrasado era equivalente a R$ 4,00 agora é comprado por apenas R$ 1,60. Até para quem comprava o alumínio dos catadores não compensa mais.

“Hoje eu compro o quilo da lata por R$ 1,60 e vendo em média de R$ 1,80 á R$ 2,00. O preço sobe e desce quase todo dia, o lucro é quase nada, nem compensa mais”, reclama Helivan Santos, dono do Sucatão de Taguatinga.
Uma latinha de alumínio vazia pesa em média 13,5 gramas. Para obter lucro, os catadores precisam ajuntar pelo menos um quilo, o total de 74 latinhas. Conforme dados da Associação Brasileira de Alumínio (ABAL) em 2009 houve uma queda de produção do alumínio, o que pode ser justificado pela queda de preço do produto. Segundo estatísticas divulgadas, a produção de alumínio primário no Brasil em 2009 foi de 1535,9 mil toneladas no ano, registrando queda de 7,5% em relação ao ano de 2008, quando foram produzidos 1661,1 mil toneladas.

Hoje, para cada quilo de alumínio são produzidas aproximadamente 74 latinhas, enquanto que em 1992, 64 latas e em 1972, apenas 49 latas eram produzidas. No entanto, atualmente as latinhas são 32% mais leve do que as produzidas há 25 anos atrás.

A venda de latas nos últimos anos proporcionou 165 mil empregos diretos, por meio das cooperativas, e indiretos, o trabalho de catadores que trabalham por conta própria. O faturamento anual do alumínio no Brasil é em média de R$ 3 bilhões. Atualmente já existem 13 fábricas de reciclagem em todo o país.

SERVIÇO
Cooperativa Popular de Coleta de Produtos Recicláveis com Formação Ambiental (Coopativa)
Local: Setor de Indústria e Abastecimento (SIA),Trecho 4. Telefone: 8418-2236

Associação Pré-Cooperativista dos Catadores de Resíduos Sólidos de Brasília (APCORS)
Local: Avenida das Nações Sul. Telefones: 346-8794 e 9656-3280

Ageplan
Local: Vila Planalto. Telefones: 306-3201 e 9108-8875

Associação dos Ambientalistas da Vila Estrutural
Local: Vila Estrutural. Telefone: 9626-4347 (Suzano)

Cooperativa de Reciclagem Trabalho e Produção Vila Industrial (Cortrap)
Local: Vila Estrutural. Telefone: 9652-7783

Associação de Trabalho dos Recicladores, Desenvolvimento Agrícola e Ambientalista da Santa Maria (ASTRADASM)
Local: Santa Maria. Telefones: 395-2772 e 9284-8953

100 Dimensão – Cooperativa de Coleta Seletiva e Reciclagem de Resíduos Sólidos com Formação e Educação Ambiental.
Local: Riacho Fundo II. Telefones: 9681-1080 e 9615-6408

Associação Fundamental
Local: Planaltina. Telefone: 9663-5269

Associação de Catadores de Papel e Papelão e Materiais Recicláveis do Guará (Cataguar)
Local: Ceilândia. Telefone: 9679-0337

Associação Pré-Cooperativa dos Catadores de Resíduos da Ceilândia (APCORC)
Local: Ceilândia. Telefones: 378-3710 e 9286 0386

Cooperativa superação
Local: Recanto das Emas. Telefone: 9959-2068 (Assis)

Associação Pré-Cooperativista dos Catadores e Recicladores de Resíduos Sólidos de Brazlândia (Acoobras)
Local: Brazlândia. Telefones: 391-1665 e 9995-9085

fonte: www.tribunadobrasil.com.br

Ano da Publicação: 2010
Fonte: http://www.setorreciclagem.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=945
Autor: Rodrigo Imbelloni
Email do Autor: rodrigo@web-resol.org

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