Batata frita, bolinho-de-chuva, pastel de queijo, almôndega… Estas delícias têm um ingrediente em comum: o óleo vegetal. Para serem fritos, a maioria dos pratos usa o óleo de cozinha vendido no mercado. O problema, que a grande maioria das pessoas nem sabe, é que a enorme quantidade de óleo que consumimos agride o ambiente.
Depois de usado algumas vezes, o óleo de cozinha precisa ser descartado. Porém, sem informação adequada, a maioria acaba jogando fora o que sobra sem qualquer cuidado, junto com o resto do lixo. Ao cair nos sistemas de esgoto, o óleo provoca uma série de agressões ao ambiente: impede a biodegradação natural do lixo orgânico, feita pelos micro-organismos, o que provoca o despejo de esgoto sem tratamento em mares, rios e lagoas; o óleo também entope e rompe tubulações e encanamentos, por conta de toda a gordura acumulada, aumentando o risco de transmissão de doenças; além de poluir lençóis freáticos, alterando a qualidade da água e de todo o ecossistema que ali habita.
Toda essa ameaça ao ambiente cresce em ritmo exponencial. Para tentar reverter esse quadro, o Governo do Estado, através da Secretaria de Estado de Ambiente, criou o Programa de Reaproveitamento de Óleos Vegetais do Estado do Rio de Janeiro (Prove). O objetivo do programa, que consiste em uma rede de 35 cooperativas, é, através de doadores, colaboradores e coletores, recolher a maior quantidade possível de óleo de cozinha usado no Estado. E aí 5% desse óleo vai para a pesquisa de biodiesel, enquanto os outros 95% são vendidos para empresas de vários tipos de indústrias diferentes, como a petroquímica (que produz asfalto e biodiesel), a de sabão, a de cosméticos, a de rações e a de construção civil, ensina Raquel Regal, presidente da rede de cooperativas do Prove.
De acordo com a Secretaria de Estado de Ambiente, só na Cidade do Rio de Janeiro são consumidos de 19 a 27 milhões de litros de óleo por ano. No ano de 2008, o Prove coletou 50 mil litros de óleo em todo o Estado, equivalente a menos de 0,2% do que despejamos no ambiente. Já nos dois primeiros meses de 2009, graças à aquisição de veículos para o transporte do óleo, foram mais de 25 mil litros coletados pelo programa. O ideal, para que o nosso ambiente fosse prejudicado o menos possível, seria coletar 4 milhões de litros por mês, explica Raquel.
A melhor maneira de se desfazer do óleo de cozinha usado é juntá-lo em casa em garrafas de plástico e entregar ou vender para alguém que se proponha a coletar, aconselha Carmem Lucariny, assessora do presidente do Instituto Estadual do Ambiente (INEA). Ao se reciclar o óleo de cozinha utilizando-o para a fabricação de biodiesel, é fabricado é um gerador de energia totalmente não-poluente, ou seja, é o fim mais nobre que um resíduo pode ter, explica.
Ano da Publicação: | 2010 |
Fonte: | http://www.meulixo.rj.gov.br/conteudo/planeta9.asp |
Autor: | Rodrigo Imbelloni |
Email do Autor: | rodrigo@web-resol.org |