Uma das maiores reclamações dos brasileiros que vivem no Japão é o ato de ter de separar os lixos e jogá-los na data correta. Muitos dizem que a seleção do lixo não precisa ser feita no Brasil e acabam por não realizá-la no Japão também, causando uma série de inconvenientes aos vizinhos e à comunidade local. Essas pessoas devem começar a rever esses conceitos, pois cada vez mais as cidades brasileiras estão adotando a coleta seletiva de lixo. Em algumas cidades, como Londrina, o lixo deve ser separado entre recicláveis e não recicláveis. A cidade ainda possui a coleta especial de lixo hospitalar e está realizando uma experiência piloto na coleta seletiva de material orgânico também.
O acesso de mais de um milhão de brasileiros aos programas municipais de coleta seletiva e o crescimento de 24% na abrangência dos municípios que realizam esse tipo de seleção de lixo são alguns dos destaques da última pesquisa Ciclosoft, realizada bianualmente pelo Compromisso Empresarial para Reciclagem (CEMPRE), entidade referência em questões ligadas ao trato de resíduos sólidos urbanos no Brasil. A pesquisa é apontada pelo IBGE como fonte de dados sobre a evolução da coleta seletiva no País.
Na opinião do diretor-executivo do CEMPRE, André Vilhena, outro dado importante foi o aumento de 6% de participação de municípios com menos de 100 mil habitantes no processo de melhoria do trato do lixo e, isso reforça a evolução na cadeia do desenvolvimento socioambiental. Nesse contexto estão cidades como Nova Olinda (CE), Xaxim (SC) e Itupeva (SP). "O engajamento de prefeituras, ONG"s e sociedade civil, contribuiu para aumentar o número de pessoas com acesso aos programas de coleta seletiva, passando de 25 milhões, em 2006, para 26 milhões em 2008", afirma.
O estudo demonstrou que 405 municípios brasileiros atuam com programas de coleta seletiva no País, 24% a mais do que o identificado no último levantamento realizado em 2006. A pesquisa Ciclosoft revelou também que cidades como Recife, São José dos Campos (SP) e Salvador tiveram acréscimo entre 15% e 20% no número de pessoas atendidas pelo serviço de coleta seletiva de lixo. No cenário atual, Belo Horizonte e Porto Alegre destacam-se em estender 100% desse serviço a seus munícipes, contra os 80% e 70%, respectivamente, registrados na análise anterior. Assim como as capitais mineira e gaúcha, Curitiba, Itabira (MG), Santos (SP) e Santo André (SP), estão entre as cidades com o maior percentual de serviços de coleta seletiva para a população.
Outro dado relevante apresentado nessa análise definiu Londrina como o município que teve o melhor desempenho no quesito recolhimento de lixo pelo sistema de coleta seletiva. De acordo com os dados de 2008, foram recolhidas cerca de 3.540 toneladas por mês contra 1080 toneladas na pesquisa de 2006 , mesmo com a redução de 15% no acesso da população ao serviço. Em seguida vêm São Paulo, Curitiba e Recife. Além disso, Londrina chama atenção também por conseguir otimizar o menor custo de coleta seletiva, US$ 21,76/tonelada. A média dos custos foi de US$ 221,00/tonelada.
"É gratificante para nós observamos que contribuímos para a evolução do processo de coleta seletiva. Porém, com o aumento da concentração da população em áreas urbanas é de extrema importância continuar estimulando a melhoria na redução, reutilização e reciclagem do lixo junto aos municípios", diz Josemar Picanço, presidente do CEMPRE.
Os resultados da análise do CEMPRE também constataram que a concentração dos programas de coleta seletiva permanece nas regiões Sudeste e Sul, seguido por Nordeste, Centro-Oeste e Norte.
A pesquisa
Bianual, a pesquisa Ciclosoft do CEMPRE é apontada pelo IBGE como fonte de dados sobre a evolução da coleta seletiva no País. Com cobertura de 100% do território nacional, o levantamento tem como fonte de informação as prefeituras dos 5.563 municípios do Brasil, que normalmente dest
Ano da Publicação: | 2008 |
Fonte: | http://www.reciclaveis.com.br/noticias/00805/0080513pesquisa.htm |
Autor: | Rodrigo Imbelloni |
Email do Autor: | rodrigo@web-resol.org |