A disputa entre plásticos e papel por espaço no mercado de embalagens está motivando empresas como Rigesa , Suzano , Klabin , Braskem e Polibrasil a adotar estratégias agressivas e substituir materiais, principalmente no segmento alimentício.
A Braskem fechou contrato com uma das maiores companhias do setor de alimentos para substituir cerca de 14 milhões de caixas de papelão ondulado por filme de polietileno anualmente, a serem utilizadas no transporte de produtos. Segundo Cesar Mendes, gerente de grupo de produto da Suzano Papel e Celulose, a troca de materiais para embalagem é tão comum na substituição do papel-cartão pelo filme plástico quanto no inverso. “Existem tendências internacionais de troca de materiais para embalagem que podem ser adotadas por questões de design, diminuição de custo, durabilidade, proteção ao alimento e qualidade. No caso do macarrão, por exemplo, o filme plástico tem sido substituído pela caixinha de papel-cartão. Com a gelatina tem ocorrido o contrário. Essas substituições ocorrem por causa de uma tendência mundial de alteração do layout”, diz Mendes.
Entre os mais recentes desenvolvimentos da indústria do plástico está uma resina de polipropileno da Polibrasil que será utilizada na produção de caixas de sapato. Segundo Carlos Belli, diretor comercial, a companhia já está em contato com três transformadores e empresas fabricantes de calçados interessados em comercializar o produto. “Nesses três clientes prevemos que exista potencial de fornecimento de 800 toneladas de resina para ocupar de 8% a 10% do mercado de caixas de sapato. Em até dois meses esses produtos estarão no mercado”, diz Belli.
A Braskem prevê uma demanda adicional de 60 mil toneladas de polietileno em três anos com o novo negócio, o que representará faturamento adicional de US$ 50 milhões para a empresa no período, afirma Marcelo Mancini, diretor comercial da área de polietileno. “Mostramos ao fabricante de alimentos que ao substituir ele tem ganhos de custo e performance. Montamos todo o projeto de migração das caixas para o filme em parceria com um transformador e firmamos um contrato onde o fabricante de alimentos se compromete a comprar o filme exclusivamente do transformador por um período de cinco anos. Por sua vez, o transformador tem o mesmo compromisso com a Braskem para a compra da resina de polietileno”, afirma Mancini.
Em 2004 o setor apresentou uma receita líquida de vendas de R$ 28,591 bilhões, com participação de 31,61% de plásticos e 30,91% de papelão, segundo dados da Associação Brasileira de Embalagens (Abre). No primeiro trimestre deste ano os plásticos ampliaram a liderança, crescendo 6,44% em produção, enquanto embalagens de papel, papelão e papel-cartão tiveram alta de 2,16%. Segundo Mancini, nos últimos anos o plástico avançou significativamente sobre outros materiais. “Essa é uma tendência que vem se confirmando porque o plástico é muito competitivo”, comenta.
Do lado dos fabricantes de embalagens de papel-cartão e papelão, o ganho de mercado ocorre em segmentos como o de grandes volumes. Segundo Marcelo Perucci, especialista de novos produtos da Rigesa, contêineres de papelão de grande porte estão substituindo similares de plástico, tambores plásticos e big bags. “As embalagens de papelão tem uma relação de custo/benefício melhor do que aquelas feitas de outros materiais porque são descartáveis. Com contêineres de plástico, por exemplo, existe as despesas com frete de retorno da embalagem, custos para higienizar e manutenção”, diz. Perucci afirma que outro apelo das embalagens de papelão é o fato de serem 100% recicláveis e fabricadas com insumo renovável.
As caixas de papelão também estão ganhando espaço nas gôndolas de supermercado, afirma Carlos Alberto Masili, diretor comercial da divisão de embalagens da Klabin, maior produtora integrada de papel para embalagem do Brasil. “A própria embalagem que serve para o transporte também tem finalidade de d
Ano da Publicação: | 2005 |
Fonte: | www.reciclaveis.com.br |
Autor: | Rodrigo Imbelloni |
Email do Autor: | rodrigo@web-resol.org |