Empresa fabricante de embalagens de PVC, descobriu que com a reciclagem do produto os benefícios se estendem a todos na companhia
Em tempos em que as palavras de ordem são ações responsáveis e soluções ambientalmente corretas, algumas empresas descobriram que podem aliar a responsabilidade social à economia. Exemplo disso acontece na Femapri, empresa produtora de embalagens de PVC, localizada em Guarulhos (SP), que há um ano descobriu que a reciclagem, além de ambientalmente correta é rentável.
Desde julho de 2007, a empresa tem passado por um processo de melhorias e modificações, com o objetivo de evitar desperdícios, baixar o consumo de energia e, principalmente, melhorar as condições de trabalho no local. Na seqüência, os diretores da empresa começaram a pesquisar sobre a reciclagem mecânica do PVC. “Através do site do Instituto do PVC, tomamos conhecimento das possibilidades da reciclagem desta matéria-prima e, a partir daí, iniciamos um processo de adequação de nossos trabalhos para reutilizarmos toda a sobra de PVC que geramos em nosso próprio processo de produção”, afirmou Maurício Antonio da Silva, diretor comercial da empresa. “Todas as nossas ‘sobras’ são recicladas e nossa meta é que, em um futuro próximo, os produtos ‘retornem’ do consumidor final para a Femapri, através do correio”.
Maurício deu o exemplo do quanto a empresa economizou, somente em abril, com a reciclagem. A empresa comprou, no mês, 6 toneladas de PVC e dessas, 1,8 tonelada tornou-se sucata. Com o reprocessamento dessas aparas, a empresa economizou diretamente R$ 10 mil, cerca de 5% do faturamento mensal. “Este mês, com esse montante, conseguimos estruturar uma midiateca para os colaboradores”, comentou o diretor comercial.
A empresa passou ainda economizar água já que usa poços artesianos. Já a diminuição do consumo de energia se deu graças à utilização de um telhado translúcido e de energia eólica para os exaustores. Com exceção do lixo orgânico, todo o resíduo gerado na fábrica é separado e doado para uma organização não-governamental que mantém programas de assistência a jovens carentes da região onde a fábrica está situada. “Todas essas ações geraram impactos imediatos nos custos de produção da Femapri, além da mudança de valores. Com isso, o ambiente de trabalho mudou e todos perceberam melhorias”, afirmou Maurício. “A empresa consegue reduzir os gastos mensais em cerca de R$ 20 mil, ou seja, cerca de 10% de seu faturamento mensal”, completou.
A Femapri atua hoje no segmento de embalagens para a indústria de moda íntima, para hospitais, hotéis e indústrias de cosméticos. Tem em sua carteira de clientes empresas como Petrobras e Osklen e também já exporta. “Produzimos hoje mais de 20 tipos diferentes de embalagens, dentre elas um envelope de plástico, usado em eventos e na comunicação interna e externa de grandes empresas”, conta Maurício. Atualmente, conta com 45 colaboradores e tem metas de que esse número chegue a 60 até o final de 2008. “O clima de motivação, cooperação e participação dos funcionários é o grande trunfo da empresa para alcançarmos, em julho de 2008, a marca de 1 milhão de embalagens produzidas com PVC reciclado mensalmente”, afirmou o diretor. Hoje, a produção é de 400 mil unidades por mês.
Recentemente, o Instituto do PVC, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), lançou o “Guia de Reciclagem Mecânica do PVC: uma oportunidade de negócio”, que tem como objetivo mostrar ao pequeno empresário que a reciclagem do PVC é uma atividade lucrativa. A proposta é apresentar uma referência para os empresários potencialmente interessados em associar as vantagens de um empreendimento rentável ao bem estar da sociedade. “Um dos benefícios para as pequenas e médias empresas é que no guia constam simulações realizadas pela Universidade de São Paulo – USP, mostrando alternativas de investimentos e as possibilidades de retorno”, revela Miguel Bahiense Neto, diretor executivo do Instituto do PVC. “O Guia cria um elo importante com as pequenas e médias empresas, candidatas ao desenvolvimento sustentável. Abre portas para que ampliem o raio de ação na sociedade brasileira com responsabilidade e rentabilidade”, afirma Bahiense Neto.
O PVC é 100% reciclável e é o único plástico que não é totalmente originado do petróleo. Ele é composto por 57% de cloro (derivado do cloreto de sódio – sal de cozinha – recurso inesgotável na natureza) e 43% de eteno (derivado do petróleo). “Promover a reciclagem do PVC é uma das funções do Instituto do PVC, que estimula práticas responsáveis, ainda mais quando podem gerar negócios e competitividade às empresas”, concluiu Bahiense Neto.
Acesse em nossa área técnica: Reciclagem Mecânica do PVC: Uma Oportunidade de Negócios
Ano da Publicação: | 2008 |
Fonte: | http://www.setorreciclagem.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=702 |
Autor: | Rodrigo Imbelloni |
Email do Autor: | rodrigo@web-resol.org |